Requalificação da ETAR de Arruda dos Vinhos começa na próxima semana

  • 11 julho 2023, terça-feira
  • Água

A Águas do Tejo Atlântico vai iniciar, no dia 17 de julho, a empreitada de remodelação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arruda dos Vinhos, orçada em 4,8 milhões de euros.

Questionada pela agência Lusa, a empresa esclareceu que o consórcio vencedor do concurso de conceção e remodelação da ETAR vai, “a partir do dia 17, começar a montagem do estaleiro para o início das obras no terreno”, depois da elaboração do projeto de execução.

A intervenção, orçada em 4,8 milhões de euros, consiste na remodelação das etapas de pré-tratamento, tratamento biológico e tratamento de lamas e construção de novas etapas de equalização e tratamento primário dos efluentes industriais.

A empreitada conta com um prazo de execução de dois anos.

O concurso foi lançado em maio de 2022, depois de a empresa já ter lançado outros dois, em 2019 e em 2020, que ficaram desertos, obrigando-a a rever o custo da obra, que começou por ser de 1,9 milhões de euros.

Por vezes, são avistadas manchas brancas ou águas escuras no rio Grande da Pipa, um dos principais afluentes do rio Tejo, e sentidos maus cheiros oriundos do rio.

A Águas do Tejo Atlântico tem tomado “medidas operacionais por forma a reduzir os impactos” e continua a trabalhar com o município de Arruda dos Vinhos e com as indústrias daquele concelho do distrito de Lisboa para “evitar que descargas indevidas sejam encaminhadas para a referida instalação”, esclareceu a empresa.

Em 2020, a Águas do Tejo Atlântico admitiu que chegava à ETAR “uma substancial carga industrial de origem desconhecida que leva à degradação da qualidade de descarga face ao habitual”.

Várias situações foram relatadas aos municípios, ao Ministério do Ambiente e até ao Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR.

O presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo, disse à Lusa que, desde 2014, tem vindo a trabalhar com a empresa para a “resolução das deficiências da ETAR através da ampliação da sua capacidade de tratamento”.

Em funcionamento desde 2004, a ETAR foi projetada para tratar águas residuais domésticas de oito mil habitantes do concelho, cujo tratamento se mantém “eficaz” para este tipo de efluentes, esclareceu.

Depois de introduzidas alterações no sistema de tratamento, o equipamento passou em 2014 a receber também efluentes da Zona Industrial das Corredouras, que antes eram descarregados diretamente para a linha de água.

Contudo, ocorrem descargas industriais não controladas que, por não terem o devido pré-tratamento à chegada à ETAR, diminuem a eficiência do tratamento, explicou a empresa.

O problema levou o município a intervir junto das indústrias locais e a identificar aquelas que são responsáveis por descargas ilegais.

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