Modelação em Energia e Mitigação das Alterações Climáticas

Porquê a modelação nas áreas da energia e mitigação das alterações climáticas

A modelação de sistemas energéticos teve início na década de 1970 na sequência do primeiro choque petrolífero. Os diversos países da OECD verificaram então a necessidade de desenvolver ferramentas para apoio à decisão de políticas energéticas nacionais, por forma a garantir a segurança do abastecimento. Foi assim fundada a Agência Internacional da Energia (AIE), que, desde então tem vindo a desenvolver ferramentas de modelação e prospetiva na área dos sistemas energéticos. Entende-se como um sistema energético toda a cadeia de oferta e consumo de energia, desde os recursos de energia primária disponíveis (fósseis e renováveis) endogenamente e/ou suscetíveis de importações/exportações, a conversão de energia primária em final (por exemplo, produção de eletricidade, de calor ou refinação), o transporte e distribuição de energia e o seu consumo pelos diversos setores de atividade económica e pelas famílias.

A AIE, assim com outras organizações privadas e públicas (empresas como a Shell, o Banco Mundial, universidades e centros de investigação e organismos governamentais), utilizam diversos modelos matemáticos para desenvolver cenários de evolução de um determinado sistema energético à escala global, para uma dada região (como por exemplo a União Europeia), para um país, ou mesmo à escala local, como uma cidade. Estes cenários e prospetivas podem focar o médio  (10 a 20 anos) e/ou o longo prazo (50 ou mais anos) e envolvem exercícios complexos incluindo a cenarização: (i) de variáveis macroeconómicas (evolução do PIB e da estrutura da economia em questão) e demográficas e (ii) do desenvolvimento tecnológico expectável (i.e. curvas de aprendizagem de tecnologias energéticas já no mercado e expectativas sobre a data de entrada no mercado de tecnologias emergentes).

Sofia G. Simões, Patrícia Fortes

CENSE – Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade, Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade NOVA de Lisboa

Artigo publicado na edição nº112 da IA

 

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