IEA publica o relatório World Energy Investment 2025

FOTO INÊS MARTINS

Christina Genet

Na 10.ª edição do seu relatório anual, a IEA destaca o crescimento dos investimentos globais em fontes de energia renovável, refletindo uma tendência para a descarbonização. A China continua a ser o líder mundial em inovações tecnológicas e energias limpas.

A Agência Internacional da Energia (IEA) publicou o seu mais recente relatório sobre os investimentos mundiais em energia. A 10.ª edição da publicação analisa as tendências e os fluxos de capitais no setor energético em 2024 e no início de 2025, desde o fornecimento de eletricidade e combustíveis até aos minerais críticos, passando pela investigação e desenvolvimento.

Apesar da crescente instabilidade geopolítica a nível global, a IEA sublinha que o investimento no desenvolvimento do setor energético deverá aumentar para 3,3 biliões de USD em 2025, ou seja uma subida de 2 % face a 2024. Analisando os dados em maior detalhe, mais de dois terços dos fluxos de capital destinam-se ao financiamento de energia renováveis, armazenamento, redes, combustíveis de baixa emissão, eficiência e eletrificação, enquanto um pouco menos de um terço se destina ao petróleo, gás natural e carvão.

Investimentos pós-Covid reforçam energias renováveis

Com 627 mil milhões de USD, a China continua a ser de longe o maior investidor em fontes de energia renovável em 2024, seguida pelos Estados Unidos com 400 mil milhões de USD e pela União Europeia com 386 mil milhões de USD. Olhando para trás, o relatório observa um aumento significativo nos investimentos em energias renováveis nos cinco anos seguintes ao início da pandemia do Covid-19, graças a múltiplos pacotes de recuperação e a um conjunto de políticas económicas, climáticas e tecnológicas.

Este crescimento explica-se, por um lado, pelo objetivo da China de se tornar líder mundial em novas tecnologias e energias limpas – o que levou os Estados Unidos a reforçarem os seus próprios investimentos, com o objetivo de desafiar a China. Por outro lado, a transição energética da Europa foi acelerada após a invasão russa da Ucrânia, para reduzir a sua dependência do gás russo.

Uma nova era da eletricidade

Além disso, o relatório da IEA destaca uma inversão na relação entre os investimentos em combustíveis fósseis e em eletricidade. Enquanto, anteriormente, os investimentos em combustíveis fósseis superavam em 30 % os investimentos em eletricidade, armazenamento e redes, atualmente são estes últimos que se revelam 50 % superiores aos investimentos em petróleo, gás natural e carvão. A energia solar, por sua vez, destaca-se como a fonte de energia de baixo carbono mais promissora, com investimentos previstos na ordem dos 450 mil milhões de USD em 2025.

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