Evitar os efeitos na saúde da poluição do ar dos incêndios rurais

  • 24 fevereiro 2025, segunda-feira
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FOTO: YLVERS/ PIXABAY

Alterações climáticas agravam o risco de incêndio

De acordo com a base de dados nacional de incêndios rurais gerida pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Portugal registou no período compreendido entre 1 de janeiro e 15 de outubro de 2024, um total de 6229 incêndios rurais que resultaram em 136 424 hectares de área ardida, entre povoamentos (81n206 ha), matos (45 583 ha) e agricultura (9 635 ha).

Comparando os valores do ano de 2024 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 47 % de incêndios rurais e mais 22 % de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2024, até ao dia 15 de outubro, apresentava o valor mais reduzido em número de incêndios e o terceiro valor mais elevado de área ardida, desde 2014. No ano recorde de 2017, verificou-se um total de 16 981 ocorrências (3653 incêndios florestais e 13 328 fogachos) que resultaram em 442 418 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos (264 951 ha) e matos (177 467 ha).

Em 2017 verificou-se um total de área ardida 3,25 vezes superior à de 2024. Com as alterações climáticas a conduzir-nos a temperaturas cada vez mais elevadas e condições mais secas, por vezes associadas a eventos meteorológicos extremos como sejam ondas de calor ou ventos de forte intensidade, a época de incêndios está a começar mais cedo, a terminar mais tarde e a ter efeitos mais destrutivos.

Os incêndios florestais estão a ter uma maior expressão em termos de área queimada, duração e intensidade, e, com os problemas associados ao ordenamento o território com uma crescente urbanização das áreas rurais, com áreas florestais contínuas de monocultura. Para além dos prejuízos de vidas humanas, e para a economia e para os ecossistemas, podem interromper o transporte, as comunicações, o fornecimento de água e os serviços de energia.

Efetivamente, os incêndios florestais em áreas povoadas podem ter impacto significativo no ambiente, na propriedade, nas atividades agropecuárias e na mortalidade e morbidade humana, dependendo do tamanho, velocidade e proximidade do incêndio, e se a população recebeu e respondeu adequadamente aos avisos prévios para evacuar ou tomarem outras diligências.

Dos gases de efeito de estufa aos poluentes atmosféricos

As emissões de poluentes atmosféricos associados aos incêndios florestais correspondem a uma mistura de compostos perigosos para a saúde que podem ir desde as partículas inaláveis às partículas finas (PM10 e PM2,5), óxidos de azoto, hidrocarbonetos aromáticos (este dois últimos precursores da formação de ozono), entre outros. Além de contaminarem o ar com poluentes tóxicos, os incêndios florestais também impactam simultaneamente o clima ao serem libertadas grandes quantidades de dióxido de carbono e de outros gases de efeito de estufa para a atmosfera.

Existem muitas fontes de poluição por partículas; a mais comum são atividades relacionadas com a combustão, como incêndios rurais. (...)

Leia o artigo completo na Indústria Ambiente nº 149 nov/dez 2024
Francisco Ferreira

Presidente da ZERO

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