Soluções de adaptação às alterações climáticas
O último relatório do IPCC sobre as novas projeções climáticas, denominadas SSP’s (Shared Socioeconomic Pathways), antecipa que o Acordo de Paris dificilmente será cumprido se não retirarmos CO2 da atmosfera. Estudos recentes indicam que em 2026 teremos um aquecimento global de 1.5ºC, quando comparado com o período pré-industrial, e de 2ºC em 2039. Perante este cenário a comunidade científica é unânime quando refere que um aquecimento global superior a 2ºC desencadeará um elevado grau de imprevisibilidade na amplificação de fenómenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos extremos, com consequências que o atual Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelidou de “suicídio coletivo”.
Neste quadro de incerteza, onde o custo estimado dos impactos no Espaço Económico Europeu ascende a 11 mil milhões de euros por ano, ambicionamos democratizar a gestão de risco climático a todos os setores da sociedade, criando agentes ativos munidos de ferramentas capazes de dar resposta aos desafios provocados pelas alterações climáticas.
Demorou, mas achamos que já passámos a fase em que a influência do Homem no clima era considerada por alguns como “fake news” ou teorias da conspiração, mas também é interessante constatar que o desafio foi, e continua a ser, subestimado.
A nossa experiência como investigadores em Alterações Climáticas permitiu-nos constatar que existem bastantes oportunidades para adaptar e desenvolver ferramentas de base tecnológicas para apoiar o processo. (...)
Por Pedro Garrett e David Avelar, co-fundadores da 2adapt – serviços de adaptação climática; investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Artigo completo na Indústria e Ambiente nº136 set/out 2022, dedicada ao tema 'Cidades: resiliência às alterações climáticas'
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