Sistemas inteligentes contribuem para a manufatura circular e sustentável

Fotografia: Alberto Cardoso_D.R.

Um grupo de investigadores do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC) está a desenvolver, no âmbito do projeto “KYKLOS 4.0”, sistemas inteligentes inovadores que contribuem para uma manufatura circular e sustentável.

Este projeto, financiado pelo Programa europeu H2020 com o total de 16 milhões de euros, termina no final deste ano e está a ser coordenado na Universidade de Coimbra por Alberto Cardoso, investigador do CISUC e docente do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

“O projeto tem como objetivo geral contribuir para a economia circular e sustentável numa perspetiva de indústria 4.0, mais direcionada para manufatura circular. Portanto, procura desenvolver um sistema inteligente que seja capaz de analisar, em cada momento, o estado de saúde de equipamentos, para estimar o seu tempo de vida útil, o processo de degradação, e também, identificar padrões de funcionamento anormal que podem ser usados para prevenir futuras falhas ou avarias”, revelou Alberto Cardoso, citado em comunicado enviado à redação.

Assim, esta nova ferramenta de manutenção preditiva, já testada em equipamentos como gruas, motores de aviões e linhas de produção industrial, “permite a antecipação de problemas que podem levar à necessidade de antecipar a realização de tarefas de manutenção”, referiu a Universidade de Coimbra.

Nesse sentido, “a estimação do tempo de vida útil do equipamento e a predição de falhas ou avarias futuras com base na condição atual do equipamento permite desencadear um processo de manutenção preditiva, ou pelo menos de monitorização, no qual se garanta a geração atempada de alertas e a pronta e adequada intervenção”, explicou o docente do DEI.

“Prever o tempo de vida útil e identificar antecipadamente a ocorrência de possíveis falhas, permitirá reduzir o tempo de paragem dos equipamentos, o desperdício e o custo de manutenção, que em alguns casos, pode representar uma redução muito significativa de custos”, indicaram os investigadores, salientando a “contribuição que, desta forma, se dá para a extensão do tempo de vida útil dos equipamentos, ao mesmo tempo que se promovem processos de produção mais sustentáveis e com maior eficiência energética e baixo consumo de materiais”.

De acordo com a equipa do CISUC, todo o ecossistema que resultou do projeto já está a ser utilizado por diversas empresas que se associaram ao projeto. Essas empresas estão a usar os componentes técnicos e o sistema desenvolvidos no âmbito do projeto, aplicando-os ao seu caso concreto.

“De uma forma geral, esses componentes foram testados e com resultados positivos, tendo servido de validação do sistema desenvolvido e demonstrando a viabilidade técnica, económica e ambiental do ecossistema “KYKLOS 4.0” para redefinir serviços e processos de produção industrial e, assim, melhorar a sua eficiência operacional”, concluiu.

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