Vigilância de vetores e saúde pública

Um vetor biológico define-se como qualquer ser vivo capaz de transmitir de forma ativa, estando infetado, um agente infecioso, nomeadamente parasitas, bactérias ou vírus. São exemplos de vetores os mosquitos, as carraças e os flebótomos, artrópodes que partilham a necessidade de se alimentarem de sangue de vertebrados, podendo através deste comportamento transmitir agentes infeciosos com impacto em saúde pública e veterinária.  

Os mosquitos são insetos que pertencem à família Culicidae, na qual se reconhecem 3565 espécies e subespécies. A nível global, estes insetos encontram-se amplamente distribuídos, apresentando maior diversidade nas regiões tropicais e subtropicais. De todas as espécies de mosquito, apenas algumas são atualmente reconhecidas como espécies vetoras, ou seja, espécies competentes à transmissão de agentes infeciosos. Os mosquitos são vetores como consequência do seu comportamento: picam animais vertebrados como fonte de sangue para produzirem e realizarem posturas de ovos numerosas. São insetos que exibem metamorfoses completas passando pelos estádios de ovo, larva e pupa, que são anatomicamente diferentes do inseto adulto, têm outro tipo de alimentação e ocupam habitats diferentes.

A importância dos mosquitos e doenças associadas tem vindo a aumentar nas últimas duas décadas na Europa, principalmente devido à introdução e estabelecimento de mosquitos invasores exóticos do género Aedes. Estes mosquitos vetores são competentes na transmissão de agentes patogénicos, como os vírus chikungunya, dengue e Zika. O mosquito Aedes albopictus representa um dos melhores exemplos de como uma espécie exótica e vetora pode ser introduzida e disseminar em novas regiões geográficas. Nas últimas décadas, esta espécie foi disseminada globalmente, de uma forma passiva, essencialmente pelo transporte de bens comerciais infestados com ovos resistentes, e atualmente encontra-se amplamente distribuída. (...)

Por Hugo Costa Osório,Entomologista, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP/ Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac, e Lígia Ribeiro, Engenheira Sanitarista, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº135 jul/ago 2022, dedicada ao tema 'Saúde Ambiental'

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