Renováveis abastecem 91% do consumo de energia elétrica em março

  • 01 abril 2024, segunda-feira
  • Energia

Fotografia: REN

A produção de energias renováveis abasteceu 91 por cento do consumo de energia elétrica em Portugal durante o mês de março.

É o terceiro mês consecutivo com valores acima dos 80 por cento, depois dos 88 por cento em fevereiro e 81 por cento em janeiro, refere a REN – Redes Energéticas Nacionais, em comunicado enviado à redação.

A REN recorda que em 2023 as renováveis foram responsáveis por 61 por cento do consumo de energia elétrica em Portugal, num total de 31,2 terawatts-hora, o valor mais elevado de sempre no sistema nacional.

Nos primeiros três meses deste ano, a produção renovável foi responsável por 89 por cento do consumo, o valor mais elevado para este trimestre desde 1978, quando o sistema nacional ainda não tinha uma componente térmica relevante.

Neste trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica ficou em 1,38, o de eólica em 1,07 e o de solar em 0,87 (médias históricas de 1).

A hidroelétrica foi responsável por abastecer 47 por cento do consumo, a eólica 31 por cento, a fotovoltaica seis por cento e a biomassa cinco por cento. A produção a gás natural abasteceu 11 por cento do consumo, enquanto o saldo de trocas com estrangeiro foi ligeiramente exportador, equivalendo a cerca de um por cento do consumo nacional.

Segundo a REN, em março o consumo de energia elétrica registou um crescimento homólogo de 1,6 por cento, ou 2,9 por cento com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis, enquanto no trimestre deu-se uma subida de 1,1 por cento, ou 2,6 por cento com correção da temperatura e dias úteis.

Neste mês, a hidroelétrica registou um índice de produtibilidade de 1,78 (média histórica de 1) e um novo máximo de potência entregue à rede de 7 280 megawatt no dia 11. O índice de produtibilidade eólico situou-se nos 1,15 enquanto o solar registou um índice de produtibilidade de 0,86 (médias históricas de 1).

O saldo mensal de trocas com o estrangeiro foi exportador, o que acontece pela primeira vez este ano, equivalendo a cerca de 11 por cento do consumo nacional.

No mercado de gás natural registou-se uma descida homóloga, em março, de 5,8 por cento. Uma variação motivada pelo comportamento do segmento de produção de energia elétrica, que teve uma quebra homóloga de 24 por cento, devido à elevada disponibilidade de energia renovável.

Já no segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, o consumo ficou praticamente em linha com o verificado no mesmo mês do ano anterior (descida de 0,1 por cento).

O abastecimento do sistema nacional foi efetuado quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines, sendo o saldo de trocas através da interligação com Espanha muito reduzido.

No final do trimestre, o consumo acumulado anual de gás registou uma descida homóloga de dez por cento, tratando-se do consumo mais baixo desde 2014. O segmento de produção de energia elétrica contraiu 43 por cento face ao período homólogo, enquanto o segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, cresceu 5,9 por cento.

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