Remoção de barreiras fluviais obsoletas bate recorde em 2022

  • 03 maio 2023, quarta-feira
  • Água

Pelo menos 325 barreiras fluviais obsoletas foram removidas na Europa em 2022, um novo recorde, segundo um relatório da organização “Dam Removal Europe”.

A remoção de 325 barreiras desnecessárias e prejudiciais à natureza representou um aumento de 36 por cento em relação ao recorde do ano anterior, indicou a organização, uma coligação de sete organizações internacionais.

As barreiras foram removidas em 16 países europeus, na maior parte dos casos represas, quase sempre antigas e obsoletas e sem a remoção representar grandes custos.

A organização atribui o grande número de remoções a novas oportunidades de financiamento disponíveis, como o “Open Rivers Programme”, os esforços coordenados de autoridades públicas para divulgar a informação e uma maior sensibilização para o problema.

Espanha é o país europeu que mais barragens removeu, seguindo-se a Suécia e a França. O Luxemburgo registou a primeira remoção de barragens. Portugal não tem expressão nesta matéria.

Os responsáveis da organização referiram a proposta da Comissão Europeia para uma lei da Restauração da Natureza para afirmar que é importante continuar a destacar a remoção de barragens como uma ferramenta crucial para a restauração de ecossistemas. A Estratégia para a Biodiversidade 2030 quer libertar pelo menos 25 mil quilómetros de rios europeus.

A remoção de barreiras também contribui para o Desafio Global da Água Doce, de restaurar 300 mil quilómetros de rios degradados até 2030, um objetivo lançado na Conferência das Nações Unidas sobre a Água, realizada em Nova Iorque em março passado.

Os ecossistemas de água doce enfrentam problemas de poluição, degradação de habitats, exploração excessiva de recursos naturais e também de excesso de obstáculos, como barragens e açudes, que prejudicam a biodiversidade, mas também as comunidades que dependem dos cursos de água.

Mais de 1,2 milhões de barreiras fragmentam os rios europeus, sendo muitas delas estruturas abandonadas (pelo menos 150 mil segundo a organização internacional WWF). Essas barreiras impedem as migrações de peixes de água doce, cujas populações sofreram na Europa um declínio de 93 por cento (76 por cento a nível mundial).

A “Dam Removal Europe” junta as organizações “World Wide Fund for Nature” (WWF), “The Rivers Trust”, “The Nature Conservancy”, “The European Rivers Network”, “Rewilding Europe”, “Wetlands International”, e “World Fish Migration Foundation”.

No mês passado o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, disse que o programa de recuperação da rede hidrográfica vai incluir um plano nacional de remoção de barreiras obsoletas nos rios portugueses, contando com a colaboração das organizações não-governamentais na identificação das prioridades.

O relatório da “Dam Removal Europe” do ano passado indicava que em 2021 foram removidas 239 barragens em 17 países europeus.

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