Projeto de 8ME quer facilitar partilha de dados no setor energético

  • 22 dezembro 2022, quinta-feira
  • Energia

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) integra um projeto, financiado em oito milhões de euros, que pretende desenvolver ferramentas para facilitar a “partilha de dados no setor energético”.

Em comunicado, o instituto do Porto adiantou que o projeto, intitulado ‘ENERSHARE’, pretende “desenvolver uma arquitetura de referência que facilite a partilha de dados no setor energético”.

Ao longo dos próximos três anos, o projeto vai tentar criar um “espaço comum de dados a nível europeu” para potenciar a interoperabilidade, confiança, valor e modelos de governação de dados do setor energético, mas também o desenvolvimento de serviços energéticos e não-energéticos digitais “baseados na partilha de dados ao longo da cadeia de valor”.

“Estes novos serviços garantirão uma melhoria das eficiências energética, financeira e técnica das comunidades de energia renovável e uma melhor integração de outros setores, como o da mobilidade elétrica, e vetores energéticos como o hidrogénio”, salientou o instituto.

Com um financiamento de oito milhões de euros do programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, o projeto prevê a instalação, até junho de 2025, de sete pilotos.

“O consórcio do projeto ENERSHARE vai lançar as bases para a configuração do Espaço Europeu de Dados Energéticos, em linha com iniciativas relevantes da União Europeia, nomeadamente GAIA-X, IDSA, BDVA, ETIP SNET, BRIDGE”, referiu o INESC TEC, acrescentando que o projeto vai também permitir impulsionar “a igualdade de condições para a partilha de dados”.

No consórcio, o instituto do Porto assume o papel de coordenação do desenvolvimento de novas técnicas de inteligência distribuída, de novos serviços e gémeos digitais.

Citado no comunicado, o coordenador do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC, Ricardo Bessa, salientou que “os algoritmos patenteados de aprendizagem distribuída, ‘federated learning’, na literatura anglo-saxónica, e a plataforma baseada em ‘blockchain’ para mercado de dados (...) serão melhorados e aplicados a diferentes casos de uso”.

Entre os casos de uso destacam-se a produção de base renovável, as comunidades de energia, a operação de redes elétricas, os sistemas multi-energia e a eficiência energética.

Ao longo do projeto o instituto do Porto irá debruçar-se também em técnicas de interoperabilidade semântica.

“Vamos ainda trabalhar em funcionalidades relacionadas com a confiança, para assegurar a privacidade e confidencialidade, soberania e controlo total dos dados”, esclareceu, também citado no comunicado, o investigador do Laboratório de Software Confiável do INESC TEC, Fábio Coelho.

De acordo com o investigador, serão exploradas tecnologias de controlo de identidade para a coordenação da partilha de dados e a criação de novos serviços digitais, bem como de modelos de negócio.

Coordenado pela Engineering Ingegneria Informatica S.p.A., em Itália, o projeto conta com 30 parceiros de 12 países europeus (Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, Grécia, França, Eslovénia, Letónia, Finlândia, Noruega, Países Baixos, Luxemburgo).

A par do INESC TEC, integram o projeto outras duas instituições portuguesas, nomeadamente, o Smart Energy Lab e o R&D Nester.

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