Produção de energia renovável bate recorde em 2023

  • 03 janeiro 2024, quarta-feira
  • Energia

Fotografia: Freepik

A produção renovável abasteceu 61 por cento do consumo de energia elétrica em Portugal em 2023, num total de 31,2 terawatt-hora (TWh), o valor mais elevado de sempre no sistema nacional.

A energia eólica abasteceu 25 por cento do consumo em Portugal, a hidroelétrica 23 por cento, a fotovoltaica sete por cento e a biomassa seis por cento.

De acordo com o comunicado enviado à redação pela REN – Redes Energéticas Nacionais, “houve um crescimento homólogo de 70 por cento na produção hidroelétrica, face ao ano particularmente seco que se tinha registado em 2022, bem como também um crescimento de 43 por cento na produção fotovoltaica, devido ao aumento progressivo da capacidade instalada”.

Os índices de produtibilidade das fontes de energia renováveis ficaram praticamente em linha com os regimes médios, com um índice de 0,99 (média histórica igual a 1) para a hidroelétrica, o mesmo valor para a eólica e 1,01 para a produtibilidade solar, lê-se na mesma nota.

A produção não renovável abasteceu apenas 19 por cento do consumo, totalizando dez TWh, o valor mais baixo desde 1988. “Isto deve-se não só à maior disponibilidade de energia renovável, mas também ao elevado saldo importador, que abasteceu 20 por cento do consumo, tratando-se do valor mais elevado de sempre e da sua maior quota no abastecimento do consumo desde 1981”.

O consumo de energia elétrica abastecido a partir da rede pública em 2023 alcançou os 50,7 TWh, um crescimento de 0,8 por cento face ao ano anterior, ou de 0,6 por cento contando com a correção dos efeitos temperatura e número de dias úteis. É o consumo mais alto desde 2018, ficando a cerca de três por cento do máximo histórico registado no sistema nacional, em 2010.

Segundo os dados divulgados pela REN, no mês de dezembro o consumo registou um forte crescimento de 6,9 por cento ou 5,6 por cento, com a correção dos efeitos de temperatura e dias úteis.

A produção renovável abasteceu 73 por cento desse consumo, a não renovável abasteceu 11 por cento, enquanto os restantes 16 por cento corresponderam ao saldo importador. Durante esse período, as condições foram favoráveis para a produção hidroelétrica, com um índice de produtibilidade de 1,09, ao contrário da produtibilidade eólica e solar, que registaram índices de 0,83 e 0,91, respetivamente.

No mercado de gás natural, em 2023, o consumo global foi o mais baixo desde 2014. Registou-se um consumo de 49 TWh, o que corresponde a uma contração de 21 por cento face ao ano anterior, resultado de uma redução de 42 por cento no segmento de produção de energia elétrica e de uma diminuição de três por cento no segmento convencional.

O aprovisionamento do sistema nacional em 2023 foi feito fundamentalmente a partir do terminal de GNL de Sines, com 95 por cento do total do gás entrado em Portugal, recebendo-se os restantes cinco por cento através da interligação com Espanha. O gás descarregado em Sines teve origem sobretudo na Nigéria e nos Estados Unidos, que representaram, respetivamente, 42 e 40 por cento do aprovisionamento nacional.

Em dezembro, o consumo de gás manteve a tendência negativa que se registou ao longo do ano, com uma contração homóloga global de 11,5 por cento. “Trata-se de uma quebra de 51 por cento no mercado elétrico, parcialmente compensada por um crescimento de dez por cento no segmento convencional”, concluiu a REN.

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