Nova unidade em Évora transforma biorresíduos em composto para agricultura

Uma nova unidade de valorização orgânica dedicada ao processamento de biorresíduos recolhidos seletivamente começou a funcionar este mês em Évora, após um investimento total de 1,2 milhões de euros, revelou a empresa intermunicipal Gesamb.

“Esta unidade é especialmente dedicada à valorização de resíduos orgânicos que são recolhidos seletivamente pela Câmara de Évora”, indicou à agência Lusa a técnica ambiental da Gesamb – Gestão Ambiental e de Resíduos, Gilda Matos.

Segundo Gilda Matos, a unidade, cuja empreitada começou no final do ano passado, envolveu um investimento de 1,2 milhões de euros e foi cofinanciada pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

Lembrando que a recolha seletiva de resíduos orgânicos em Évora arrancou em 2019, a responsável disse que a estação passou agora a receber estes resíduos produzidos pelo canal Horeca (hotéis, restauração e cafés) do centro histórico, doméstico e de outros, como escolas e lares.

Antes de este sistema entrar em funcionamento, “estes resíduos orgânicos vinham misturados com o lixo indiferenciado e esta é a grande alteração, que é a separação de mais uma fração de resíduos que é feita com vista a poder obter um composto final de melhor qualidade”, sublinhou.

A técnica ambiental da Gesamb referiu que, desde 2019, aquando do início da recolha seletiva de resíduos orgânicos em Évora, que a empresa intermunicipal “estava a fazer, num outro local, a compostagem separadamente”.

“O objetivo é aumentar quantidades e esta unidade veio dar resposta com um espaço próprio onde, com mais facilidade, conseguimos fazer o processo de compostagem”, realçou, salientando que a unidade tem capacidade instalada de cinco mil toneladas por ano.

De acordo com a responsável, o composto produzido nesta estação “tem uma classificação máxima” para este tipo de produto, já está certificado e registado com a marca “Re-planta” e pode ser utilizado, como fertilizante, na agricultura.

Com cerca de cem funcionários, esta empresa, que tem a exploração do aterro sanitário intermunicipal de Évora, desenvolveu, em 20 anos de existência, projetos no valor global de 25,5 milhões de euros, precisou Gilda Matos.

Esta nova unidade de valorização orgânica junta-se aos sete ecocentros (quatro deles são também estações de transferência), quatro estações de transferência, um centro de triagem e uma unidade de tratamento mecânico e biológico que a Gesamb já possui.

Os 12 municípios que integram a Gesamb são Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Vila Viçosa.

Com uma área de intervenção que corresponde a 6,9 por cento da área total do país, abrangendo cerca de 140 mil habitantes, inseridos nos 12 concelhos, a empresa faz o tratamento e valorização de 1,6 por cento do lixo doméstico produzido em Portugal.

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