Matosinhos quer antecipar para 2030 metas da neutralidade carbónica

O Município de Matosinhos, no distrito do Porto, comprometeu-se a antecipar para 2030 as metas da neutralidade carbónica previstas para 2050, isto depois de ter baixado em 40,2 por cento as emissões de gases com efeito de estufa.

O compromisso foi lançado pela presidente da câmara municipal, Luísa Salgueiro, que falava na cerimónia de apresentação do Plano Neutralidade Carbónica 2030 de Matosinhos, uma sessão que foi presidida pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro.

“Em 2020 atingimos a meta prevista para 2030 e em 2030 queremos atingir a meta que estava prevista alcançar apenas em 2050”, disse a autarca.

Num discurso no qual começou por elencar os desafios que o país enfrenta e dos quais também decorrem as consequências ligadas às alterações climáticas, como os incêndios florestais ou períodos de seca severos, bem como a subida do nível do mar, Luísa Salgueiro afirmou que Matosinhos “se antecipou” na trajetória rumo à neutralidade carbónica.

“Por entendermos que vivemos um período de emergência climática, queremos liderar pelo exemplo e posicionamo-nos na linha da frente da descarbonização. Em 2020, o município já foi capaz de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 40,2 por cento face ao ano base de 2019. Assumimos o compromisso de reduzir a missão de gases com efeito de estufa de uma forma mais rápida, antecipando a neutralidade carbónica de Matosinhos para 2030”, afirmou Luísa Salgueiro.

A presidente da câmara recordou que a mais recente lei de bases do clima estipula que até 2050 Portugal deve atingir a neutralidade carbónica e que recentemente, na Cimeira do Clima das Nações Unidas que decorreu no Egito, o primeiro-ministro português, António Costa, avançou como meta para Portugal atingir uma maior neutralidade carbónica em 2045.

“Matosinhos já se antecipou”, disse Luísa Salgueiro, acrescentando que algumas das medidas do Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima de Matosinhos 2030 “já foram executadas”.

Entre outras medidas, a autarca enumerou a produção do guia de resíduos, a disseminação de oportunidades de financiamento, a introdução de requisitos de eficiência nas operações urbanísticas, a introdução de painéis fotovoltaicos nos edifícios municipais, e o aumento dos pontos de carregamento de veículos elétricos.

A expansão da rede de ciclovias para uso quotidiano, a criação de vantagens na opção de consumo local, a promoção de soluções park and ride, o investimento em viaturas de baixas emissões nos transportes públicos, bem como a transição para uma iluminação pública led foram outras das medidas elencadas pela autarca.

Considerando que este é “um desafio exigente”, ao qual chamou “empreitada ambiental”, Luísa Salgueiro aproveitou a presença o ministro do Ambiente para pedir investimento público nesta área.

“Não se conseguirão atingir as metas que ambicionamos sem os investimentos previstos na expansão do metro do Porto, na reabertura da Linha de Leixões e a nova estação ferroviária de alta velocidade no aeroporto Francisco Sá Carneiro”, disse a autarca.

Dirigindo-se a Duarte Cordeiro, Luísa Salgueiro acrescentou que “a revolução da mobilidade não pode ficar dependente da sua adoção pelos cidadãos” e que esta “necessita de investimento público”.

“E felizmente ele está previsto, mas depende de decisões políticas”, concluiu.

Já na apresentação do Plano Neutralidade Carbónica 2030 de Matosinhos, levada a cabo por Rui Pimenta, da Agência de Energia do Porto, foram descritas várias medidas em curso, entre as quais o investimento de 85 milhões de euros até 2026 na reabilitação energética de conjuntos de habitação social ou de 75 milhões de euros na reabilitação energética dos edifícios municipais.

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