Lamas de ETA reutilizadas para produzir 13 milhões de telhas

  • 14 fevereiro 2024, quarta-feira
  • Água

Fotografia: Águas do Douro e Paiva

As lamas resultantes do tratamento da água para o abastecimento público efetuado pela Águas do Douro e Paiva, ao invés de serem encaradas como resíduos, são valorizadas e utilizadas como matéria-prima na produção de telhas na indústria cerâmica.

Segundo comunicado enviado à redação, em 2023, 1 700 toneladas de lamas geraram 13 milhões de telhas.

“Este processo, pioneiro e inovador, é um excelente exemplo de economia circular e sustentabilidade na área ambiental”, referiu a Águas do Douro e Paiva no comunicado.

A Estação de Tratamento de Água (ETA) de Lever produz, em média, cem milhões de metros cúbicos de água por ano, utilizando um processo de tratamento em várias fases, equipado com os mais avançados meios tecnológicos, “o que assegura o fornecimento de uma água potável, segura e de excelente qualidade”.

Numa dessas fases, de flotação e filtração em unidades CoCoDAFF (Counter Current Dissolved Air Flotation and Filtration), as águas de lavagem dos filtros e as lamas recolhidas à superfície são encaminhadas para a Unidade de Tratamento de Lamas. Nesta unidade, são desidratadas e sujeitas a processos de espessamento e centrifugação, sendo, posteriormente, encaminhadas para serem utilizadas como matéria-prima na indústria cerâmica.

O processo está a ser desenvolvido há vários anos e começou com um projeto de investigação, em 2003, que envolveu a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) e uma empresa parceira das Águas do Douro e Paiva.

Inicialmente as lamas foram incorporadas no fabrico de tijolos e, mais tarde, em telhas, sendo utilizadas como matéria-prima na produção de cerâmicos numa proporção inferior a três por cento.

“Com esta iniciativa, reduziu significativamente a quantidade de resíduos depositados em aterro, o que implicava custos ambientais e financeiros elevados, transformando esses resíduos num recurso valorizado a cem por cento. As lamas representam 77 por cento do volume total dos resíduos produzidos pela Águas do Douro e Paiva”, lê-se no comunicado.

“No nosso país temos exemplos verdadeiramente extraordinários de economia circular muitas vezes desconhecidos. Este é um deles. Este projeto das Águas do Douro e Paiva, nascido da cooperação com a FEUP e o CTCV, insere-se num esforço contínuo e numa cultura empresarial de inovação no setor, há muito instalada na empresa”, disse o presidente do Conselho de Administração das Águas do Douro e Paiva, António Borges, citado no comunicado.

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