Impacte da pandemia de COVID-19 na qualidade do ar em Portugal e no mundo

• 01 julho 2021, quinta-feira
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Nos últimos 15 meses, muitos países têm vindo a pôr em prática restrições para abrandar a disseminação e o contágio do novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela doença COVID-19. Estas medidas nacionais de confinamento, relacionadas com a pandemia, tiveram impacte na qualidade do ar do planeta, observando-se melhorias em 84% dos países em que se realiza esta monitorização [8-9]. Embora se tenham registado díspares variações da concentração de poluentes na atmosfera, o ar ambiente tornou-se, em geral, mais limpo em tempo de pandemia (ver Figuras 1 a 3), revelando possibilidades e a importância de uma ação coletiva urgente de redução das emissões gasosas.

Menores níveis de poluentes atmosféricos no ar ambiente, em 2020, podem ter sido reflexo não só da diminuição nas atividades antrópicas e na utilização dos meios de transporte – por exemplo, globalmente, o volume médio anual de tráfego rodoviário, nas cidades, mostrou uma evidente redução, chegando a atingir os 28% em relação a 2019 [10] –, mas também das condições meteorológicas locais. Pelo contrário, mudanças na meteorologia podem contribuir para o aumento da poluição do ar – as frequentes relações não-lineares, entre as emissões e as concentrações, explicam o facto de não ocorrer uma melhoria da qualidade do ar em diversas áreas territoriais. Para eliminar a influência da meteorologia na qualidade do ar, verificada durante a pandemia de COVID-19, realçando o impacte das alterações nas emissões gasosas, o CREA (Centre for Research on Energy and Clean Air) aplicou uma “correção meteorológica” aos valores observados em vários locais do mundo [11]. Optou-se, no presente trabalho, por utilizar estes dados “corrigidos”, quando disponíveis.

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº128 mai/jun 2021, dedicado ao tema 'Qualidade do Ar, pandemia e mobilidade'

Autores 
Margarida Correia Marques e Fernando Braga, Universidade de Trás-os.Montes e Alto Douro
María Piñeiro Iglesias, Universidade da Corunha