Emissões de GEE aumentaram em Portugal em 2022

Fotografia: Peter Werkman_Unsplash

As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) aumentaram 1,2 por cento em Portugal em 2022 face a 2021, de acordo com estimativas preliminares.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou as Estatísticas do Ambiente que referem que em 2021, as estimativas das GEE indicavam um decréscimo de 1,3 por cento em relação ao ano anterior, “mantendo a trajetória decrescente desde 2017”.

O aumento o ano passado “resultou essencialmente do acréscimo das emissões do setor da energia (mais 2,1 por cento) e do setor dos processos industriais e uso de produtos (mais 0,5 por cento)”.

Em relação à qualidade do ar, 2022 teve em média 28,2 por cento dos dias classificados como muito bons e 45,6 por cento como bons, valores que em 2021 foram de 31 e 45,9 por cento, respetivamente.

Os dados do INE relativos a 2022 mostram que este foi o ano “mais quente dos últimos 92 anos”, com “um valor médio da temperatura média do ar de 16,64 ºC”.

Os incêndios rurais afetaram uma área de 110,2 mil hectares, mais de um quinto da qual se situava em Área Protegida e cerca de 90 por cento desta situava-se no Parque Natural da Serra da Estrela.

Em 2022 registou-se “o quinto valor mais baixo do número de ocorrências de incêndios rurais do período 2014-2023 em Portugal continental (10 390 ocorrências), mas a terceira maior área ardida”, segundo o estudo do INE.

O contributo das fontes de energia renováveis para a produção de eletricidade aumentou, atingindo 61 por cento do total de eletricidade produzida em 2022, ano em que o consumo de energia primária aumentou 2,4 por cento e o da energia final 2,3 por cento (“resultado próximo dos níveis registados em período pré-pandemia (2017-2019)”.

O estudo do INE refere também que “o indicador da preparação de resíduos para a reutilização e reciclagem regressou a uma tendência de crescimento, atingindo 33 por cento”, a “18 pontos percentuais da meta de 55 por cento apontada para 2025”.

Em termos setoriais, a atividade de construção registou o aumento mais significativo de resíduos – mais 1,1 milhões de toneladas.

Por outro lado, “os investimentos das empresas da indústria em termos ambientais cresceram 48,1 por cento, com particular incidência no domínio da Proteção da Qualidade do Ar e Clima (mais 61,7 por cento)”, enquanto “a despesa das Administrações Públicas em atividades de proteção ambiental continuou a aumentar, fixando-se em 2022 nos 1 437 milhões de euros (1 378 milhões de euros em 2021)”.

O ano passado registou o “maior aumento populacional desde o início do século XXI (mais 46 249 habitantes) e, apesar do consumo privado ter aumentado 5,6 por cento, ocorreu uma “redução de 10,5 por cento do consumo interno de materiais extraídos do ambiente e uma melhoria de eficiência na gestão dos resíduos setoriais e urbanos, com os rácios das quantidades geradas por unidade de PIB (produto interno bruto) a diminuírem, respetivamente, 2,0 e 6,4 por cento”.

As Estatísticas do Ambiente 2022 do INE mostram ainda que o valor dos impostos com relevância ambiental atingiu os 4,6 mil milhões de euros, uma diminuição de 7,5 por cento, “refletindo essencialmente a redução da receita do imposto sobre os produtos petrolíferos em consequência da política de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis”.

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