Desce incorporação renovável na eletricidade em junho
A incorporação de renováveis na eletricidade foi de 47,3 por cento em junho, uma descida de nove por cento face a maio, fazendo Portugal descer uma posição, para quinto país europeu com maior incorporação renovável.
De acordo com o Boletim de Eletricidade Renovável, publicado mensalmente pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), “entre os dias 1 e 30 de junho de 2022, a incorporação renovável foi de 47,3 por cento, no total de 3.264 GWh [gigawatts-hora] produzidos”, em Portugal Continental.
Os valores registados em junho representam uma diminuição de 4,6 por cento face a junho de 2021 e de nove por cento face ao mês anterior, que se deve, sobretudo, à diminuição do índice de hidraulicidade, que resultou num decréscimo da produção hídrica, apontou a APREN.
Assim, a nível europeu, Portugal desceu de quarto para quinto lugar nos países com maior incorporação renovável na Europa, ficando atrás da Noruega, Áustria, Dinamarca e Alemanha, que registaram incorporações renováveis, em junho, de 99,2 por cento, 96,6 por cento, 77,9 por cento e 49,7 por cento, respetivamente.
No entanto, no conjunto do primeiro semestre do ano, Portugal manteve-se o quarto país europeu com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca.
A APREN salientou que, em junho, “a produção hídrica e a percentagem máxima de armazenamento nas barragens atingiram valores mínimos face ao período homólogo nos últimos dez anos, o que contribuiu para um aumento da produção por fontes fósseis”.
De acordo com dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, no primeiro semestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica (das barragens) registou 0,34, abaixo da média histórica que é 1, devido à seca, tendo abastecido apenas 11 por cento do consumo nacional, o de produtibilidade eólica 0,95 (25 por cento do consumo) e o de produtibilidade solar 1,11 (cinco por cento).
Neste quadro, ganharam peso as centrais a gás natural, cuja produção correspondeu a 31 por cento do consumo de eletricidade, que é o valor mais elevado registado até hoje para o primeiro semestre, enquanto os restantes 21 por cento corresponderem ao saldo importador, que é também o valor mais elevado de sempre registado no sistema elétrico nacional, para este período do ano, segundo a empresa gestora da rede elétrica.
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