Dependência energética nacional diminui para 64,2% em 2020
- 24 novembro 2022, quinta-feira
- Energia
A dependência energética nacional foi de 64,2 por cento em 2020, diminuindo 8,3 pontos percentuais face a 2019, pelo terceiro ano consecutivo, e registando o menor valor desde 2000, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a Conta de Fluxos Físicos de Energia 2020, divulgada pelo INE, a descida da dependência energética – rácio entre as importações líquidas de energia e a utilização interna de energia – resultou da descida de 7,5 por cento das exportações de fluxos energéticos, pelo terceiro ano consecutivo, refletindo a diminuição das exportações de produtos petrolíferos (-10,1 por cento), designadamente gasolina (-65,5 por cento).
Em sentido oposto, destacou o INE, registou-se um aumento das exportações de eletricidade de 29,7 por cento, refletindo o aumento dos preços.
Num ano marcado pela pandemia da Covid-19, o INE registou uma diminuição de 0,5 por cento no consumo de produtos energéticos pelas famílias, menos intensa do que a verificada no conjunto do consumo privado (-7,1 por cento), concorrendo para um aumento de 7,0 por cento da intensidade energética do consumo privado e interrompendo a tendência decrescente que se verificava desde 2015.
A produção de eletricidade foi obtida através de um mix de produtos energéticos menos poluentes, segundo o INE, registando-se uma redução de 55,1 por cento da utilização do carvão e aumentos do gás natural (+1,1 por cento) e, sobretudo, das renováveis (+9,2 por cento) que atingiram o máximo da série desde 2000, ao corresponderem a 47 por cento do total da produção de eletricidade.
O aumento de 9,2 por cento da produção de energia com origem renovável em 2020 deveu-se, segundo o instituto, essencialmente ao aumento da energia de origem hídrica (37 por cento).
A percentagem de energias renováveis na produção de eletricidade aumentou 5,5 pontos percentuais, em resultado do efeito conjugado da redução significativa da utilização do carvão (-55,1 por cento) e do aumento de outras formas de produção de energia renovável, para além da de origem hídrica, como foram os casos da solar (+17,2 por cento) e madeira, desperdícios de madeira e outra biomassa sólida e carvão vegetal (+16,5 por cento).
Em 2020, as utilizações energéticas na atividade da fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados diminuíram 6,8 por cento, continuando a decrescer após um máximo em 2017, contribuindo para esta redução as quebras de produção de querosenes e jet fuels (-56,3 por cento) e da gasolina (-18,5 por cento).
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