Controlo de contaminantes de interesse emergente em ETA e ETAR

  • 28 fevereiro 2021, domingo
  • Água

Os contaminantes de interesse emergente (CIE) incluem, entre outros, produtos de cuidado pessoal, fármacos, pesticidas e cianotoxinas produzidas por cianobactérias tóxicas. A água é o veículo preferencial para transportar os CIE através de diferentes compartimentos ambientais. Alguns destes compostos podem ter efeitos tóxicos, cancerígenos, mutagénicos e de desregulação endócrina em concentrações muito reduzidas, e os seus efeitos sinergéticos e crónicos estão ainda pouco documentados ou são desconhecidos. Assim, é crescente a preocupação relativamente à presença de CIE na água.

A legislação europeia tem vindo a acompanhar a questão dos CIE, sendo expectável a publicação de legislação mais restritiva num futuro próximo.

Além de constituírem um risco para a saúde e o ambiente, muitos CIE apresentam resistência, parcial ou total, aos tratamentos convencionais instalados nas estações de tratamento de água (ETA) e de águas residuais urbanas (ETAR), uma vez que são compostos orgânicos, de baixo/médio peso molecular, polares a semi-polares, frequentemente solúveis em água, e normalmente presentes em concentrações muito baixas (gama pg/L a µg/L). O controlo dos CIE nas ETA e ETAR é, portanto, um objetivo prioritário que exige a avaliação dos riscos envolvidos, a melhoria das atuais barreiras e, se necessário, a sua reabilitação com tecnologias de tratamento avançadas.

Uma gama alargada de tecnologias de tratamento tem sido alvo de investigação para a remoção de CIE de águas, incluindo tecnologias consolidadas, como a adsorção (com carvão ativado em pó ou granulado), a ozonização ou a filtração por membranas de média (nanofiltração) ou alta pressão (osmose inversa), e novas tecnologias, como processos avançados de oxidação ou processos híbridos de membranas. Estas tecnologias podem ser agrupadas em três grandes blocos segundo o seu principal mecanismo de remoção: separação, transformação ou sistemas híbridos. (...)

Em colaboração com Rita Ribeiro, Maria João Rosa, Margarida Campinas, Elsa Mesquita, e Catarina Silva, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Núcleo de Engenharia Sanitária, Unidade de Qualidade e Tratamento de Água

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº126 jav/fev 2021, dedicado ao tema 'Contaminantes Emergentes na Água'

Rui Viegas

Investigador Auxiliar no LNEC

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