Vila Real avança com recolha de resíduos orgânicos

A Câmara de Vila Real arranca esta segunda-feira com a Estratégia Municipal para os Biorresíduos que visa a distribuições de compostores pelos cidadãos, restaurantes e hotéis, e a consequente diminuição dos resíduos orgânicos depositados em aterro.

Trata-se, segundo disse o presidente da autarquia, Rui Santos, de um investimento global de quase 700 mil euros, repartido pela aquisição dos equipamentos e pelos custos da recolha dos resíduos.

“É um grande investimento, algum é comparticipado, outro sai dos cofres do município, mas é um investimento que julgamos adequado, certo e justo para a realidade que vivemos”, afirmou, durante a apresentação da estratégia.

O projeto conta com o financiamento do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos e do Fundo Ambiental.

“É um processo importante para Vila Real, para os vila-realenses, mas também para Portugal, porque permitirá melhorar os nossos indicadores e cumprir as metas europeias naquilo que diz respeito a resíduos depósitos em aterro”, salientou Rui Santos.

Dos resíduos depositados nos contentores para indiferenciados, mais de 40 por cento são biorresíduos (resíduos orgânicos), que, segundo o vereador do pelouro do Ambiente, Carlos Silva, podem ser valorizados se forem devidamente recolhidos e separados.

Para o efeito, o município delineou uma estratégia que passa pela distribuição de pequenos contentores domésticos de sete litros nas residências das freguesias urbanas e periurbanos e, ao lado dos contentores dos resíduos indiferenciados, vai ser colocado um contentor castanho que será para separar os resíduos orgânicos, ou seja, resíduos produzidos em casa, mas não cozinhados, como cascas de ovos, frutas, batatas, restos de alface (não temperada) ou borras de café.

Como os grandes produtores desta matéria orgânica são os restaurantes, bares ou hotéis, o vereador explicou que, para o canal HORECA (Hotelaria, Restauração, Cafetaria), vão ser também fornecidos contentores de maior dimensão, adequados aos estabelecimentos, para que, em três dias da semana, seja feita a recolha porta a porta.

A recolha pelos contentores e a deposição em aterro, num espaço específico, será feita através de um contentor específico, também de cor castanha.

Estes biorresíduos podem ser usados como fertilizantes para os solos, agrícolas ou jardins.

Nos territórios rurais vão ser colocados biocompostores, onde os cidadãos poderão deixar os resíduos e, depois, recolher composto para o uso nas suas atividades.

A responsável pelos serviços do ambiente do município, Mafalda Vaz de Carvalho, acrescentou que o projeto vai ser complementado com a recolha dos resíduos verdes da manutenção dos jardins em espaço urbano, ou seja, cortes de relva, aparas de sebes ou pequenos ramos.

Será, explicou, uma “recolha a pedido” que será feito e agendado através do ‘site’ Vila Real Mais Sustentável.

“Com a separação também dos resíduos orgânicos, praticamente todos os resíduos que produzimos passam a ter valor. Passam a entrar numa cadeia de economia circular e passam a ser aproveitados como matéria-prima para outras utilizações”, referiu Carlos Silva.

O autarca explicou que, a partir de 2030, todo o tipo de resíduos que sejam valorizáveis não podem ser depositados em aterro.

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