Um apelo à maior responsabilidade global do acordo ecológico europeu

Sou uma entusiasta do acordo ecológico europeu e do pacote de políticas propostas para fazer da Europa o primeiro continente a alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Entre estas, destaco a iniciativa “Farm to Fork”, com potencial para transformar a agricultura europeia, inscrevendo, entre outros, o objetivo de reduzir em 20% o uso de fertilizantes e em 50% a aplicação de pesticidas até 2030. No domínio da floresta e da biodiversidade, realço o incentivo à plantação de 3 mil milhões de árvores e ao restauro dos rios, e o objetivo de travar o declínio dos polinizadores.

A União Europeia pode, assim, afirmar-se no mundo através da liderança de uma estratégia que Ursula Von der Leyen classificou de competitiva e sustentável. Mas tal implicará aperfeiçoar os aspetos que tornam o acordo muito menos ecológico do que se arroga e embaraçam a responsabilidade da Europa nesta dinâmica de compromisso com o planeta. Em 2019, uma Europa muito dependente da importação de produtos agrícolas, só ultrapassada pela China, importou 1/5 da produção agrícola e 3/5 da carne que consumiu, e evitou assim maior ocupação agrícola intensiva. Simultaneamente, permitiu a importação de países cuja legislação ambiental é menos restritiva do que a europeia, sendo que os acordos comerciais europeus não impõem a produção sustentável dos bens importados. (...)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº125 nov/dez 2020

Helena Freitas

Professora na Universidade de Coimbra

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