Reutilização de águas residuais vai permitir regar metade dos campos de golfe do Algarve

  • 11 setembro 2023, segunda-feira
  • Água

O ministro do Ambiente congratulou-se por investimentos a realizar em Vilamoura e na Quinta do Lago, no Algarve, permitirem ajudar a regar até 2026 com águas reutilizadas quase metade dos campos de golfe da região.

“Com estes 8,0 hectómetros cúbicos conseguiremos regar metade dos campos de golfe do Algarve”, congratulou-se o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, que assistiu à apresentação feita pela Águas do Algarve de dois projetos em curso.

O responsável governamental recordou que o executivo, para o setor hídrico, tem “vários objetivos”, sendo um deles “encontrar fontes alternativas de água” e, “o mais importante”, aproveitar a água das estações de tratamento de águas residuais (ETAR).

A entidade gestora responsável pelo sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Algarve prevê um investimento global de 23 milhões de euros até 2025, estimando-se um incremento de 1,4 para 8,0 hectómetros cúbicos por ano, destinando-se 71 por cento à utilização pelos campos de golfe.

“Nós temos neste momento 2,0 hectómetros cúbicos que utilizamos no Algarve”, disse Duarte Cordeiro, acrescentando que “o objetivo é multiplicar por quatro” até 2026.

A Águas do Algarve avançou com dois projetos de investimento com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em Vilamoura e na Quinta do Lago, ambos no concelho de Loulé, para construir as infraestruturas de elevação e adução de água para reutilizar.

Em Vilamoura está previsto, nesta fase, um investimento de 12 milhões de euros para concluir até 2025 cerca de 12 quilómetros de tubagem até à ETAR da estância balnear, para a rega de cinco campos de golfe (Old Course, Pinhal, Laguna, Millenium, Victoria) e rega de espaços verdes, entre outros.

Na Quinta do Lago, o investimento ascende a 2,7 milhões de euros, também para concluir em 2025 a ampliação do sistema de adução para mais três campos de golfe – Quinta do Lago Norte, Quinta do Lago Sul e Pinheiros Altos –, entre outros.

“Há aqui grande parte do objetivo que temos estabelecido para aproveitar a água reciclada”, referiu o ministro do Ambiente, recordando ainda o lançamento dos estudos de impacto ambiental em curso para os projetos de construção de uma dessanilizadora no concelho de Albufeira, assim como a ligação ao Pomarão (transvase de água do Guadiana à barragem de Odeleite).

O Governo destinou 200 milhões de euros do PRR, financiado pela chamada ‘bazuca’ europeia, para projetos de melhoria da eficiência hídrica e em processos de adaptação à seca no Algarve, entre os quais estão estes projetos.

“Em paralelo, temos que conseguir ter uma atitude de fiscalização forte [contra a má utilização e desperdício da água], enquanto estes investimentos não começam a produzir resultados”, disse Duarte Cordeiro.

Sobre o projeto de construção de mais uma barragem no Algarve, na ribeira da Foupana, o ministro foi perentório: “Para já, aquilo que é um compromisso é [realizar] um estudo”.

Segundo números avançados por Duarte Cordeiro “o consumo global de água no Algarve diminuiu [até agosto] face ao ano passado em cerca de 5,0 hectómetros, para o qual contribuiu o consumo total agrícola e urbano”.

“Eu acho que estamos todos a trabalhar e podemos trabalhar melhor. Todos temos consciência de que temos ainda muito trabalho a fazer de sensibilização das pessoas e todos podemos conseguir ainda mais resultados com esta sensibilização”.

Duarte Cordeiro, defendeu, em julho passado, que o Algarve deve multiplicar por quatro, até 2026, o seu consumo de águas residuais, nomeadamente para abastecer os campos de golfe.

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