Resíduos como recursos: barreiras e aspetos técnicos

Na sociedade atual o consumo de grande parte das matérias-primas decorre a um ritmo considerado insustentável. De facto, muitas das matérias-primas que usamos não são renováveis. Por outro lado, no caso das matérias-primas renováveis, a taxa de consumo excede, muitas das vezes, a atual capacidade de regeneração desses materiais pela natureza.

Por outro lado, ainda, a extração de matérias-primas da natureza, dada a sua crescente escassez, ocorre, em muitas situações, com custos energéticos e ambientais crescentes, e fazendo apelo a tecnologias e processos cada vez mais sofisticados e complexos, que não necessariamente eficientes.

Neste contexto, a utilização dos materiais que estão disponíveis no final do ciclo de vida dos produtos, materiais secundários, assume uma cada vez maior relevância, quer em termos económicos, quer ambientais.

Esta última situação, já utilizada desde a antiguidade em muitas das atividades humanas, ganhou recentemente uma nova atenção por parte dos especialistas e dos decisores, entrando no vocabulário técnico, com novos conceitos como "economia circular" e "sinergias industriais".

Dado que nem todas as matérias-primas apresentam idêntico nível de disponibilidade na natureza e os seus custos de extração são também muito distintos, surge também o conceito de "matérias-primas críticas". Este conceito pode ser visto numa perspetiva global, à escala do planeta, ou regional, como é o caso das definições políticas dos Estados Unidos e da União Europeia, em que listas de metais e outras matérias-primas críticas foram estabelecidas recentemente.

Este artigo desenvolve informação sobre as barreiras legislativas, técnicas e de mercado, existentes, bem como, os contributos científicos e tecnológicos para as ultrapassar.

Fernando Castro

Membro do Conselho Científico / Professor na Universidade do Minho

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