Quase 50 mil espécies de animais e vegetais estão risco de extinção

Fotografia: sergiorojoes_Freepik

Mais de 45 mil espécies estão atualmente em risco de extinção, um aumento de mil face a 2023, anunciou a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), destacando, por outro lado, a conservação do lince ibérico.

A UICN divulgou uma atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, que inclui agora, no total, dados de 163 040 espécies animais e vegetais, mais seis mil do que no ano passado.

Os catos Copiapoa, do deserto de Atacama, no Chile, o elefante de Bornéu, no Brunei, e o lagarto gigante da Gran Canária, em Espanha, estão entre as espécies mais ameaçadas, referiu a UICN.

A organização internacional de conservação atribuiu a culpa às pressões das alterações climáticas, às espécies invasoras e à atividade humana, como tendências nas redes sociais.

Por exemplo, os catos Copiapoa são cobiçados como plantas decorativas, impulsionando um comércio ilegal que tem crescido nas redes sociais, onde entusiastas e comerciantes exibem e vendem as plantas.

A atualização da Lista Vermelha aponta que 82 por cento das espécies desses catos estão agora em risco de extinção, um aumento de 27 por cento em relação ao registo de 2023.

De acordo com a organização, os contrabandistas e os caçadores furtivos ganharam maior acessibilidade ao habitat das plantas devido à expansão de estradas e à construção de habitações na zona do Atacama.

O relatório agora publicado também destaca o elefante asiático de Bornéu como uma espécie em extinção, estimando-se que apenas cerca de mil destes animais permaneçam na natureza.

A população diminuiu nos últimos 75 anos principalmente devido à desflorestação extensiva, destruindo grande parte do habitat dos elefantes.

Conflitos com humanos, perda de habitat devido à agricultura e plantações de madeira, mineração e desenvolvimento de infraestruturas, caça furtiva, exposição a agroquímicos e acidentes rodoviários também ameaçam a espécie, assegurou a UICN.

A lista ainda revelou o declínio dos répteis endémicos das Ilhas Canárias e em Ibiza devido às cobras invasoras.

No entanto, a UICN lembrou os esforços de conservação que permitiram recuperar o lince ibérico depois de estar perto da extinção.

O número de linces ibéricos adultos multiplicou-se por dez neste século e o animal deixou de estar classificado como “em risco”, passando a espécie “vulnerável” na Lista Vermelha.

“Os esforços de conservação permitiram recuperar esta espécie depois de estar perto da extinção, com um aumento exponencial da sua população que passou de 62 espécimes adultos em 2001 para 648 em 2022”, precisou a UICN.

Segundo a organização, a população total do lince ibérico (Lynx pardinus), incluindo jovens e adultos, é estimada em mais de dois mil exemplares.

Desde 2010, mais de 400 linces ibéricos foram reintroduzidos em partes de Portugal e Espanha e o animal ocupa agora pelo menos 3 320 quilómetros quadrados, contra 449 quilómetros quadrados em 2005. De acordo com o Censo 2023 do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), existem em Portugal 191 exemplares de lince ibérico.

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