Produção alimentar representa 74% das emissões do Brasil

A produção alimentar no Brasil representa 74 por cento das emissões de gases de estufa do país que é um dos principais celeiros do mundo e produtores de carne, de acordo com um estudo divulgado pelo Observatório do Clima.

Segundo a principal rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, os sistemas alimentares corresponderam em 2021 a 1,8 mil milhões de toneladas, das 2,4 mil milhões de toneladas brutas de gases de efeito de estufa lançadas pelo país na atmosfera.

Os dados agora divulgados incluem as emissões de dióxido de carbono libertadas quando a vegetação nativa é convertida em lavouras ou pastagens, as emitidas diretamente pelo setor agrícola (incluindo o metano emitido pelo gado), os combustíveis fósseis queimados por máquinas agrícolas, o consumo de energia não renovável em toda a cadeia produtiva e os resíduos sólidos do setor.

“Esse relatório deveria ser lido pelos representantes do agronegócio e pelo Governo como um chamado à responsabilidade”, frisou o secretário-executivo do Observatório do Clima, em comunicado.

“Até aqui, o setor parece querer que o país encarne o vilão, tentando destruir a legislação sobre terras indígenas”, acabar com o licenciamento ambiental e “ao mesmo tempo em que manobra no Congresso para ficar totalmente livre de obrigações no mercado de carbono”, insistiu.

Em 2021, as emissões de sistemas alimentares do país foram dominadas pela desflorestação, correspondendo a mil milhões de toneladas de dióxido de carbono

De seguida vem a agropecuária, com emissões geradas sobretudo pelo rebanho bovino, com 600 milhões de toneladas, seguida da energia, com cem milhões de toneladas.

Os processos de produção, desde a desflorestação até ao produto final, da carne bovina têm uma emissão de 1,4 mil milhões de toneladas brutas.

“Se fosse um país, o bife brasileiro seria o sétimo maior emissor do planeta, à frente do Japão”, denunciou a organização não-governamental.

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