Poluição e saúde pública: equilibrar a equação

A poluição é a principal causa ambiental de doença e morte prematura, a nível mundial. A Comissão Lancet para a Poluição e Saúde juntou investigadores e profissionais das áreas da gestão da poluição, saúde ambiental e desenvolvimento sustentável para elucidar acerca dos custos económicos da poluição do ar, água, química e do solo.

Pela análise dos dados, a Comissão percebeu que a poluição dá um contributo significativo, mas não suficientemente reportado, para a prevalência da doença, particularmente em países com rendimentos baixos e médios. Neste sentido, a Comissão deixa seis recomendações para atacar o problema.

Investigação, monitorização e parcerias

- Fazer da prevenção da poluição uma prioridade nacional e internacional e integrá-la nos processos de planeamento nacionais e municipais. Para tal, os governos deverão estabelecer metas de curto e de longo prazo, políticas regulatórias, o princípio do poluidor-pagador e determinar o fim dos subsídios a indústrias poluidoras;

- Mobilizar, aumentar e orientar os fundos e apoio técnico internacional dedicado ao controlo da poluição. Os programas de controlo das alterações climáticas e das doenças não-transmissíveis poderiam ser alargados de forma a incluir o controlo da poluição, com o auxílio de programas de assistências financeiros e técnicos;

- Criar sistemas de monitorização da poluição e dos seus efeitos na saúde. O controlo da poluição deve ser, para a Comissão, inserido nos índices dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e outras plataformas de monitorização, para facilitar a partilha. É também recomendada a formação de um Observatório Global da Poluição que agregue, analise e arquive dados sobre poluição e doenças relacionadas com a poluição e divulgue os seus dados pelas autoridades, os media e o público em geral;

- Formar parcerias multi-setoriais para o controlo da poluição. Estas parcerias, entre autoridades públicas e o setor privado, podem contribuir para a prevenção da poluição e acelerar o desenvolvimento de fontes de energia limpa;

- Integrar a mitigação da poluição e dos processos de planeamento para Doenças Não-Transmissíveis. O contributo da poluição para este tipo de doenças, nos países de baixo e médio rendimento, é superior ao da alimentação, do álcool e do tabaco;

- Promover a investigação sobre poluição e controlo da poluição, nomeadamente explorando as ligações causais entre poluição e doenças e identifique o mapa de exposição à poluição.

 A Comissão realça ainda, neste estudo, que a redução da poluição não é só possível como também económica, já que vários países já o conseguiram sem deixarem de aumentar o seu PIB.

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