Piscinas públicas concentram poluentes em períodos de maior afluência

O Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) traçou o panorama atual da qualidade do ambiente interior em piscinas cobertas nas vertentes da Qualidade do Ambiente Interior e Saúde. As normas estão a ser cumpridas, mas há concentrações de poluentes que podem ser nocivos.

Uma equipa do INEGI levou a cabo um estudo para analisar e caracterizar a qualidade do ar em 21 piscinas cobertas da região norte de Portugal. Apesar de as normas estarem a ser cumpridas, foram detetadas concentrações de poluentes que, em caso de exposição continuada, podem vir a representar riscos para a saúde.

“Os desinfetantes, geralmente à base de cloro, são propensos a reagir com material orgânico e inorgânico existente na água, tipicamente introduzido pelas secreções fisiológicas (urina, saliva e transpiração) dos utentes da piscina, levando à formação de subprodutos de desinfeção”, explica o INEGI em comunicado.

Quando estes são ingeridos juntamente com a água, inalados ou absorvidos quando em contacto com a pele, podem causar efeitos prejudiciais para a saúde humana. Uma das investigadoras envolvidas no projeto, Marta Gabriel, revelou que “o risco médio estimado de cancro, apesar de baixo, apresentou valores superiores ao limite máximo definido como negligenciável”.

As 21 piscinas auditadas apresentaram boas condições dentro dos parâmetros da legislação nacional e da Organização Mundial de Saúde. Mas em períodos de elevada afluência à piscina ou de piores condições de ventilação, a exposição aos subprodutos poderá aumentar.

O principal objetivo do projeto HEBE - Health, Comfort and Energy in the Built Environment foi “recolher dados que habilitem a caracterização da situação existente e o desenvolvimento de um conjunto de recomendações, nomeadamente para garantir a aplicação de boas práticas nas piscinas cobertas de uso público”, explicou ainda a investigadora.

O estudo resultou de uma cooperação do INEGI com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e foi financiado ao abrigo dos programas Norte 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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