Os novos objetivos da União Europeia para descarbonizar a economia
Como quase sempre acontece no mundo, há tendências contraditórias para a política energética. Enquanto o governo dos EUA insiste em defender a todo o custo os combustíveis fósseis, a UE, a China e outros países estão a dar sinais de levar a sério a necessidade de descarbonizar as suas economias de modo a contribuir efetivamente para evitar uma mudança climática antropogénica perigosa. Apenas 26 dias após a entrada em vigor do Acordo de Paris, a 4 de novembro de 2016, a UE lançou um pacote de políticas energéticas designado “Energias limpas para todos os europeus” que prevê uma diminuição de 43% da intensidade carbónica da economia até 2030 e que as energias renováveis assegurem cerca de metade da geração de eletricidade. Embora a regulamentação deste pacote legislativo não esteja ainda implementada em todos os Estados membros, a atual Comissão Europeia está a preparar um novo pacote energético para ser lançado antes das eleições europeias em 2019, que representará o seu legado no domínio da energia e do clima.
Assegurar o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura média global da atmosfera à superfície bastante abaixo de 2º C, procurando não ultrapassar 1,5º C, relativamente ao período pré-industrial, requer que se atinja a neutralidade carbónica global antes do final do século, ou seja, reduzir praticamente a zero as emissões antropogénicas globais de gases com efeito de estufa (GEE). Se não for possível atingir emissões tão baixas, cerca de 2100 será provavelmente necessário avançar para as tecnologias de remoção do CO2 da atmosfera, ou de emissões negativas, como por exemplo, retirar CO2 por meio de processos químicos. (...)
Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS
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