O cisne negro, a pandemia e o saneamento 4.0

  • 01 novembro 2021, segunda-feira
  • Água

Esta pandemia é um verdadeiro “cisne negro”, conceito que se define nos livros de gestão como um evento imprevisível e extremo que, sendo raro, causa efeitos marcantes e que é mais impactante para a evolução das economias do que acontecimentos normais. Muito se tem escrito sobre os efeitos que o COVID-19 irá provocar não só na economia, mas também nos modelos de desenvolvimento e nas atitudes da sociedade. As alterações de comportamentos devido aos sucessivos confinamentos provocados pela pandemia vieram colocar em causa realidades que dávamos como adquiridas e inquestionáveis. 

A questão central que se coloca é: será que a pandemia vai alterar o rumo dos modelos de desenvolvimento ou irá apenas acelerar tendências que vêm marcando a última década?

A utilização trivial dos meios digitais em reuniões para evitar deslocações de centenas de quilómetros, o teletrabalho, a participação rotineira em eventos online, a valorização do passeio ou exercício físico, a proximidade com que passamos a interagir com familiares e amigos próximos, entre tantos outros exemplos, vieram para ficar e fazer parte das nossas rotinas.

Estes reajustamentos induzidos pela pandemia vieram demonstrar que é possível reduzir a pressão sobre os territórios e sobre os recursos naturais, mudando hábitos e excessos que afinal não são tão fundamentais para a nossa qualidade de vida e, principalmente, para a nossa subsistência. A reutilização e o reaproveitamento de materiais estão agora mais presentes no dia-a-dia das pessoas. Um dos exemplos é o boom nos mercados de roupa em segunda mão, que sempre existiram mas pouco valorizados. Como este, há muitos outros exemplos de como tendências recentes de mudança de paradigma para modelos de negócio mais circulares se estão a transformar rapidamente na “nova normalidade”.

A indústria do Saneamento e toda a cadeia de valor associada a estes serviços sentiu, e vai continuar a sentir, os efeitos deste “cisne negro” chamado pandemia. (...)

Alexandra Serra, presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico (Grupo Águas de Portugal)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº130 set/out 2021, dedicada ao tema 'Setor da Água – lições da pandemia'

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