Metodologias de Integração de Processos para o aumento da Eficiência Energética na Indústria

A importância das Medidas de Eficiência Energética na Indústria

Uma estratégia de utilização eficiente de energia, associada ao controlo e redução do consumo de energia para a mesma riqueza criada, é essencial para aumentar a competitividade económica de um país. A economia portuguesa ainda possui uma elevada intensidade energética e uma forte dependência da importação de energia primária. O aumento da eficiência energética requer desenvolvimentos tecnológicos setoriais e transversais, bem como medidas que regulamentem o consumo energético e as emissões de gases com efeito de estufa e que estimulem em simultâneo a competitividade económica global das empresas portuguesas. Pode-se afirmar que a eficiência energética é a única fonte de energia totalmente limpa, uma vez que evita o consumo de qualquer tipo de energia.

De entre as medidas transversais para aumento de eficiência energética com aplicação nos diferentes setores industriais, destacam-se as intervenções na área dos motores elétricos, da produção de calor e frio, da iluminação e das metodologias para a otimização dos processos, onde se insere a Integração de Processos [1,2].

O aproveitamento de calor através da metodologia de Integração de Processos tem como principal objetivo utilizar, da melhor forma possível, o potencial de excesso de calor existente nas correntes do processo que tenham temperaturas superiores ao que é requerido, utilização essa que é feita pelas correntes de processo deficitárias em calor. A Integração de Processos, de acordo com o Plano de Ação Nacional de Eficiência Energética, foi considerada uma das metodologias com o maior potencial para reduzir o consumo de energia das unidades industriais, uma vez que a análise é relativamente simples (desde que se disponha dos dados operacionais relevantes) e as propostas envolvem investimentos moderados em equipamento, normalmente com tempos de retorno bastante aceitáveis. O interesse em auditar as instalações fabris de consumo térmico intensivo é elevado, pelo que convém divulgar as ferramentas de análise para promover a integração das várias correntes processuais disponíveis, e investir na formação de especialistas nesta área [1,2].

Metodologias de integração de processos

Em muitas situações, é possível, com relativa facilidade, identificar melhorias que atendam a necessidades imediatas de aumento de eficiência energética, bem como a reduzir os custos operacionais. A dificuldade reside em julgar a qualidade da solução apresentada face a outras alternativas eventualmente não listadas. Surge, desta forma, a necessidade de possuir uma abordagem sistemática que permita a identificação não só de projetos individuais, mas também de combinações de projetos que tenham em consideração a otimização global dos objetivos económicos e ambientais.

A Integração de Processos é uma abordagem muito abrangente e sistemática que é utilizada na conceção e/ou otimização global de processos produtivos existentes, com vista a uma adequada articulação intra e interprocessual que permita reduzir significativamente os custos de produção, satisfazendo políticas de utilização racional de energia e de matérias-primas, bem como, entre outros, a redução de efluentes e subprodutos e a minimização de emissões gasosas [3,4]. Uma importante área de utilização da Integração de Processos é a Integração Energética, que pode ser aplicada em processos simples ou de elevada complexidade, de funcionamento contínuo ou descontínuo. A Integração de Processos demonstrou já a sua eficácia nos mais diversos setores industriais (indústrias químicas, de celulose e papel, petroquímicas, cimenteiras, agroalimentares, têxteis, farmacêuticas, produção de energia, tratamento de águas e efluentes). (...)

Artigo publicado na Edição nº 106

Fernandes, M.C.; Matos H.A.(*); Pedro Nunes, C., CERENA, DEQ/ Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa

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