Medidas legislativas recentes na União Europeia e em Portugal para a constribuição da redução e sustentabilidade das embalagens
© MALI MAEDER / PEXELS
Nas últimas décadas, o aumento do consumo de produtos embalados, tornou-se um contributo significativo para a crise global de resíduos e poluição. Devido à importância da embalagem na preservação e conservação dos produtos, no transporte, no marketing e na conveniência dos consumidores estas são utilizadas cada vez mais.
As embalagens envolvem a utilização de grandes quantidades de matérias virgens – 40 % dos plásticos e 50 % do papel utilizados na União Europeia destinam- se a embalagens – e representam 36 % dos resíduos sólidos urbanos, uma vez que na sua maioria estas são descartáveis. Esses resíduos, quando não corretamente geridos, acabam por poluir o ambiente, afetando gravemente os ecossistemas terrestres e marinhos.
Em 2021, a União Europeia (UE) gerou um total de 84,3 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, o que significa 4,8 milhões de © MALI MAEDER / PEXELS toneladas mais do que no ano precedente. A maior parte dos resíduos era de papel e cartão (40,3 %), seguido do plástico (19 %), o vidro (18,5 %), a madeira (17,1 %) e o metal (4,9 %)1. Simultaneamente cada cidadão residente na UE gerou, em média, em 2021, cerca de 36 quilos de resíduos de embalagens plásticas.
O volume de resíduos de embalagens plásticas geradas por habitante aumentou cerca de 29% (+8,1 quilos por pessoa) entre 2010 e 20212. Face a essa realidade, na UE e também a nível nacional têm vindo a ser implementadas novas medidas legislativas com o objetivo de mitigar o impacto ambiental causado pelas embalagens, promovendo a sua redução e sustentabilidade, através da reutilização, reciclagem e substituição por alternativas mais sustentáveis. Estas políticas estão integradas num esforço mais amplo para transitar para uma economia circular, na qual os resíduos são minimizados e os recursos utilizados de forma mais eficiente. (...)
Por Ana Cristina Carrola,
Licenciada em Engenharia Química, ramo de Processos e Indústria e Pós-Graduada
em Qualidade da Água e Controlo da Poluição
Vogal do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente
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