Mais de 5,5 milhões de toneladas de plástico entraram nos oceanos este ano
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Mais de 5,5 milhões de toneladas de plástico entraram nos oceanos só este ano, indicam dados da organização ambientalista WWF, que alerta também para o elevado consumo de sacos de plástico: um milhão por minuto.
As organizações ambientalistas portuguesas Zero e Quercus alertaram ainda para a necessidade de se restringir o consumo dos plásticos descartáveis e se apostar na circularidade dos produtos.
O plástico pode demorar centenas de anos a degradar-se e afeta especialmente o sistema marinho (80 por cento do lixo marinho é plástico), com dezenas de espécies a ingerirem plástico e a ficarem presas nele. A organização World Wide Fund for Nature (WWF) estima que em cada ano morrem cem mil mamíferos marinhos devido à poluição por plástico.
Em comunicado, a Quercus apelou para “um futuro livre de plásticos descartáveis” e salientou a importância de uma economia circular que valorize os recursos em vez do habitual “produzir, usar e descartar”.
A associação lembrou que os sacos de plástico foram inventados em 1959 pelo engenheiro sueco Sten Gustaf Thulin (que considerou bizarra a ideia de que as pessoas deitassem fora os sacos, segundo o filho) e que os mesmos começaram a aparecer em Portugal na década de 1980.
Em 2015 entrou em vigor uma taxa obrigatória de 0,08 euros para sacos de plástico leves. Estava prevista para janeiro deste ano uma taxa de 0,04 euros para sacos ultraleves, mas foi adiada. No ano passado os sacos estiveram para ser proibidos, mas a norma foi revogada.
A Quercus enfatizou no comunicado que em cada ano poderão ser consumidos no mundo cinco biliões de sacos de plástico, mais de 600 por pessoa, com cada um a ser usado em média menos de 25 minutos.
Citando dados do Eurostat, a Quercus disse que a reciclagem do plástico também enfrenta desafios e que em 2018 apenas 32 por cento dos resíduos plásticos na Europa foram enviados para reciclagem, dos quais 50 por cento foram exportados, enquanto 45 por cento foram incinerados e 25 por cento depositados em aterros sanitários.
Para a Quercus, são os governos e as grandes empresas que podem alterar a situação, sugerindo que os consumidores deixem de usar plástico, que repensem antes de deitar produtos fora e que não comprem impulsivamente.
Já a WWF disse que sem medidas imediatas a poluição por plásticos poderá triplicar até 2040 e lembrou a importância da quinta e última ronda de negociações (em novembro na Coreia do Sul) para se chegar a um tratado global para acabar com a poluição por plástico, considerando que a produção e o consumo “estão fora de controlo”.
A WWF alertou que em cada ano a União Europeia produz 3,4 milhões de toneladas de sacos de plástico e que não faz sentido produzir algo que dura centenas de anos para ser usado alguns minutos.
Segundo o movimento ambiental e de sustentabilidade Zero Waste Europe, “se o mundo não parar completamente a produção, dentro de 30 anos o peso dos sacos de plástico atirados para os mares e oceanos ultrapassará o de todas as criaturas que neles vivem”.
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