Instalados 242 painéis fotovoltaicos na ETAR do Freixo no Porto

O projeto Aqualitrans II, financiado pela União Europeia e que envolveu entidades da Galiza e do Porto, levou à instalação de 242 painéis fotovoltaicos na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Freixo, no Porto.

“Este é um primeiro passo. Nós estamos, neste momento, a desenvolver uma estratégia para todas as ETAR para melhorar ainda bastante a eficiência energética, tendente àquilo que são também os objetivos da cidade, que, como se sabe, são ambiciosos para 2030”, disse à agência Lusa o presidente da Águas e Energia do Porto e também vice-presidente da Câmara Municipal, Filipe Araújo, referindo-se ao Pacto do Porto para o Clima, que aponta para a neutralidade carbónica na cidade em 2030.

Em causa está o projeto Aqualitrans II, uma iniciativa de cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, liderada pelo Instituto Tecnológico da Galiza, em que também participam a Augas de Galicia, o Instituto Galego de Energia, o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e a Águas e Energia do Porto.

No caso da ETAR do Freixo, onde decorreu a apresentação do projeto, a instalação dos painéis com uma potência instalada de 133 quilowatt-pico e uma produção anual de 178 megawatt-hora “reduziu o seu consumo energético em aproximadamente quatro por cento”.

Filipe Araújo assinalou que o projeto “também desenvolveu plataformas tecnológicas que fazem uma análise da eficiência energética das próprias ETAR”, havendo “vários componentes, nomeadamente mecânicos, que podem ser sujeitos a melhorias”.

Na Galiza, o projeto envolveu seis ETAR (Gondomar, Tomiño, Vilaboa, Nigrán, Ortigueira e Alfoz), com a instalação de mais de 300 painéis fotovoltaicos distribuídos pelas diferentes infraestruturas, com uma potência total de cerca de 160 quilowatt-pico.

O diretor da Divisão de Energia do ITG, Santiago Rodríguez, disse também à Lusa que foi observado, nos estudos feitos, “um potencial de poupança elevado” de energia, já que os consumos são muito elevados, apesar do valor da poupança final ficar perto dos cinco por cento.

“Podemos chegar a um potencial de poupança próximo aos 20 por cento, supondo que poderíamos implementar todas as medidas”, como por exemplo mudar motores das ETAR, acrescentou, salientando que é um “potencial teórico”.

A iniciativa foi financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do programa INTERREG V-A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP), e representa a continuação do projeto AQUALITRANS, iniciado em 2017.

Sobre a continuação do projeto, Filipe Araújo disse ser necessário “aguardar pelo próximo quadro comunitário para saber” se acontecerá, mas destacou as “muito boas relações com os parceiros envolvidos neste projeto e com outros parceiros europeus”.

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