Gestão de águas subterrâneas e interiores
“A água é o princípio de todas as coisas”.
Tales de Mileto
Platão, em Fédon, a propósito da morte do seu mestre Sócrates, fala de uma autêntica geografia do Inferno. Aí ficamos a conhecer Tártaro, o lugar profundo da Terra onde são lançados aqueles cujos pecados impedem qualquer tipo de regeneração. Nessas profundezas, existem vários rios subterrâneos que ora emergem, ora mergulham de novo. E Platão pormenorizou: “há rios de fogo para além de imensos canais”, “ora mais estreitos, ora mais largos”, sendo estes rios de “extensão incalculável”.
Infelizmente, essas águas subterrâneas são recursos finitos que, pela sua importância, exigem boa gestão e cuidados especiais. Hoje já não tememos Tártaro, mas continuamos, como antes de nós, a conceder à água doce um papel importante como expressão das nossas sensibilidades. A água continua a ser associada à regeneração e ao bem-estar, tal como no passado, com as suas imagens da Fonte da Vida. Também por isso nas imagens que representam o Paraíso não havia mar, mas em todas se encontra uma fonte no seu centro. (...)
Diretora da Indústria e Ambiente / Professora na FCT-UNL
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