Governo quer criar uma fileira de renováveis oceânicas

O Conselho de Ministros aprovou a Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas (EI-ERO). O Governo encara a energia renovável offshore com especial interesse, atribuindo-lhe potencial de assegurar o desenvolvimento de indústrias competitivas que exportem produtos e serviços de valor acrescentado.

Assim sendo, a EI-ERO apresenta um modelo de desenvolvimento focado na criação de um cluster exportador, por via da maximização dos fatores naturais, científicos e tecnológicos de Portugal neste setor emergente. Esta aposta vem, aliás, na senda da estratégia para a energia dos oceanos elaborada pela Comissão Europeia (Ocean Energy Strategic Roadmap), que incentiva os Estados-Membros a propiciar o desenvolvimento de tecnologias oceânicas.As medidas agora apresentadas visam a construção de um novo modelo de rentabilização da I&D e da inovação não só da energia das ondas, como também da energia eólica offshore flutuante.

A concretização da estratégia

O Governo pretende alavancar um cluster industrial exportador das energias renováveis oceânicas — energia eólica offshore flutuante e energia das ondas — competitivo e inovador, assente na criação novas especializações na indústria naval portuguesa e na afirmação da rede portuária nacional como motor da nova economia do mar. Em termos económicos, o objetivo será gerar, em 2020, 280 milhões de euros em valor acrescentado, 254 milhões de euros em investimento e 1500 novos empregos. A Estratégia irá consubstanciar-se em dois eixos: estimular a exportação e investimento de valor acrescentado e capacitar a indústria diminuindo os riscos.

A consolidação de uma nova fileira exportadora no setor energético oceânico renovável situa-se no segmento da eólica offshore, nomeadamente no segmento Turbinas e no segmento Plataformas. Para que essa consolidação seja uma realidade, importa que a indústria eólica offshore se torne competitiva e diferenciadora nos serviços que já presta, criando condições para atrair projetos de inovação que garantam a aquisição de competências necessárias para exportar maiores turbinas e novas fundações e reduzir os custos de operação e manutenção. Importa também criar competências para exportação nas áreas da engenharia de conceção, fundações para águas profundas e desenvolvimento de aplicações para a Indústria 4.0.

Foco geográfico

O Governo define principais portos e estaleiros marítimos portugueses com potencial vocação para a indústria da energia eólica offshore flutuante e também para a energia das ondas: Viana do Castelo, Aveiro, Peniche (embora seja ressalvada a necessidade de investir na melhoria das condições do porto), Setúbal e Sines.

O executivo acredita que a EI-ERO vai contribuir para aumentar as exportações de alta intensidade tecnológica, valorizando o Mar através do surgimento de uma nova fileira industrial, sustentável, exportadora e criadora de riqueza e postos de trabalho. Além disso, esta Estratégia deverá ajudar a posicionar a rede portuária como motor de inovação económica e industrial, especializando os portos e os estaleiros nacionais no cluster emergente das energias renováveis oceânicas, gerando uma nova base de clientes, de crescimento e de emprego. Outro dos objetivos que o executivo pretende ver alcançado é a rentabilização do conhecimento universitário existente, dinamizando a criação de uma nova geração de empregos industriais num setor de futuro e com elevada intensidade de conhecimento.

Consulte a Resolução do Conselho de Ministros em https://dre.pt/application/conteudo/114248654

Imagem: Elena Blidaru / Unsplash

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