ECOLIVES – projeto de gestão sustentável de olivais mediterrânicos
A Universidade de Évora lidera um projeto, iniciado em 2015, cujo objetivo é promover o uso de serviços de biocontrolo para apoiar a sustentabilidade da produção agrícola e a segurança alimentar.
Embora haja estudos a apontar para a utilização de meios naturais de combate às pragas (serviços de controlo biológico (SCB)) como uma forma eficaz, ecológica e lucrativa de combater pragas, o investimento ainda está condicionado pela falta de conhecimento da ecologia e dos processos que permitam a gestão dos SCB a longo-prazo. Testar a viabilidade dos SCB implica quais os fatores ambientais que afetam os padrões de biodiversidade e os serviços prestados pelos SCB, qual o valor e viabilidade económica dos seus serviços, qual o enquadramento dos SCB perante os impactos decorrentes da intensificação agrícola e quais os impactos que as políticas agrícolas e as alterações globais terão na exequibilidade dos SCB.
O ECOLIVES, liderado por José M. Herrera, propõe-se responder a estas questões. O projeto foca-se em olivais, um tipo de exploração com importante significado em ambientes mediterrânicos. Pretende-se estimar o valor do controlo biológico natural em função do tipo de gestão de pragas aplicado sobre duas das suas principais pragas - a mosca-da-azeitona (Bactrocera oleae) e a traça-da-azeitona (Prays oleae). Consoante o tipo de gestão, espera-se que a abundância e diversidade de espécies controladoras variem, diminuindo com o aumento da intensidade de controlo químico de pragas. Para que isto seja possível recorre-se a agroquímicos que, além do impacto nos custos de produção, podem ter reflexos significativos nas comunidades silvestres de predadores insetívoros.
Na abordagem do ECOLIVES, a seleção das parcelas para as amostragens é feita de acordo com dois tipos de gestão de pragas: Gestão Integrada de Pragas (GIP – no âmbito da qual são aplicados agroquímicos para controlo ativo de pragas quando o impacto destas se torna economicamente relevante) e olivais biológicos (OB - que subsistem numa base de controlo passivo proporcionado pelos SCB).
Feita esta seleção, a ocorrência e abundância de pragas e controladores é estimada de modo a permitir identificar fatores ambientais a diferentes escalas que determinem padrões de distribuição.
A avaliação da vertente económica será feita tendo em conta a produção consoante o impacto das pragas mas também mediante a estimativa de custos de produção associada ao controlo destas, executado através dos métodos GIP e OB.
Com base na informação recolhida no âmbito do projeto, os resultados serão extrapolados para outras regiões mediterrânicas da União Europeia através de modelação estatística.
Mais informação em www.poci-compete2020.pt/newsletter/detalhe/Proj_16865_ECOLIVES
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