Contribuição da inovação para as dinâmicas de novas fontes de água
- 28 fevereiro 2023, terça-feira
- Água

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O ano hidrológico de 2021/ 2022 foi, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o terceiro mais seco desde 1931. Ficou marcado por situações de seca severa nas regiões do Algarve, Baixo Alentejo e Interior Norte e despoletou, assim, a atenção da comunidade política e governamental para a necessidade de planos de contingência no que diz respeito à macrogestão de recursos hídricos em Portugal, especialmente quando se coloca em causa o próprio abastecimento de água potável às populações.
Decorridos apenas uns meses após o arranque do novo ano hidrológico 2022/2023, eram já reportados em Portugal eventos sucessivos de precipitação extrema, assolando as regiões do Algarve, a área metropolitana de Lisboa e, mais recentemente, a zona norte do país, no município de Caminha, registando-se inundações de grande dimensão com consequências materiais, económicas e, inclusivamente e lamentavelmente, baixas humanas. Em Lisboa, no dia 8 de dezembro, foi contabilizado o recorde de precipitação numa hora, tendo-se também batido o recorde de precipitação diária desde que há registos.
Quando o Mundo se debate com os efeitos provocados pelas alterações climáticas e a necessidade de um pacto sobre ações concretas para se atingir a neutralidade carbónica e quando a Comunidade Europeia lança um importante instrumento para promover a resiliência, a transição climática e digital dos estados membros, torna-se urgente olhar para o tema da gestão de água de forma transversal e integrada, procurando inovar, conceber e implementar soluções que tragam ao país capacidade para enfrentar as situações extremas de seca ou precipitação.
Quando refletimos sobre as dinâmicas que devem nortear o setor da água, encontramos diversos eixos que constituem os campos de ação, nomeadamente: a eficiência hídrica dos sistemas existentes; a dessalinização como fonte alternativa em zonas costeiras sujeitas a stress hídrico; a reutilização de águas residuais em zonas onde existe disponibilidade e procura e, não menos importante, as oportunidades associadas à gestão de águas pluviais. (...)
Por Diogo Talone, Veolia Portugal
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