Cidades-esponja, resiliência e adaptação a alterações climáticas

  • 28 fevereiro 2021, domingo
  • Água

Na cidade-esponja, a gestão da água urbana está embebida na política de planeamento urbano e na “praxis” de desenvolvimento da cidade, envolvendo arquitetos, urbanistas, engenheiros hidráulicos, de transportes e de outras especialidades, bem como profissionais das ciências sociais e económicas.

O quadro legal e regulamentar favorece a implementação, a manutenção e a adaptação das infraestruturas e serviços, para recolher, infiltrar, armazenar e tratar os afluentes ou excedentes do sistema de drenagem enterrado, em tempo de chuva. Adicionalmente, são criadas condições para a reutilização da água para usos compatíveis e para mitigar os impactos em tempo de seca, através da recarga de aquíferos locais, ou através de reservas estratégicas construídas acima do solo.

Embora o conceito de cidade-esponja seja relativamente recente, as técnicas a que recorre são conhecidas e estudadas há muitas décadas, em várias partes do mundo, sob designações diversas: soluções de controlo na origem, melhores práticas de gestão da água, cidades hidro-sensíveis, sistemas sustentáveis de drenagem urbana ou desenvolvimento de baixo impacto (em terminologia anglo-saxónica, respetivamente, “Source Control”, “BMP- Best Management Practices”, “Water Sensitive Cities”, SUDS-Sustainable Urban Drainage Systems” e LID-“Low-Impact Development”), e com interessantes exemplos práticos em países como a Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos da América, Holanda ou Singapura, entre outros.

Para enfrentar cheias e secas, em vez de apostar em soluções de transporte de águas pluviais centralizadas, baseadas em grandes reservatórios de betão e valetas e coletores que transportam os afluentes em poucas dezenas de minutos para os meios recetores, na cidade-esponja exploram-se as oportunidades e os recursos locais, para assegurar o espaço e o tempo necessários para a água “a mais” ser retida ou absorvida e infiltrada no solo, com recurso a técnicas descentralizadas ou mistas. (...)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº126 jan/fev 2021

José Saldanha Matos

Membro do Conselho Editorial / Professor no Instituto Superior Técnico

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