Câmara de Mortágua quer aproveitar e valorizar biorresíduos

A Câmara de Mortágua quer aproveitar e valorizar os biorresíduos resultantes da poda e trituração simultânea dos ramos das árvores do espaço público, evitando que sejam depositados no aterro sanitário.
Neste concelho do distrito de Viseu são recolhidas, anualmente, 4 200 toneladas de resíduos urbanos, dos quais 3 500 têm cariz indiferenciado.
Partindo de dados da Associação de Municípios do Planalto Beirão e do Relatório Anual dos Resíduos Urbanos, a autarquia estima que 13,8 por cento destes resíduos sejam biorresíduos verdes.
“Serão perto de 500 toneladas anuais”, sendo “150 produzidas por serviços públicos municipais e 350 pelos munícipes e restantes agentes”, acrescentou.
Foi neste âmbito que surgiu um projeto que “incidirá especificamente nos resíduos verdes (relvas, podas, limpeza de plantas, folhas, ramadas, flores, etc.) tendo na redução deste quantitativo o seu objeto geral”, justificou.
O aproveitamento dos biorresíduos é uma das ações que integram o projeto “Mortágua+Bio: Mortágua Valoriza Resíduos Verdes”.
Com este projeto, a Câmara espera conseguir recolher “pelo menos 120 toneladas anuais de biorresíduos provenientes da manutenção de espaços municipais, encaminhando-os para o centro de compostagem municipal, bem como a recolha seletiva de pelo menos 20 toneladas de flores e plantas retiradas dos cemitérios”.
O projeto insere-se numa candidatura apresentada pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra ao programa “RecolhaBio – Apoio à Implementação de Projetos de Recolha Seletiva de Biorresíduos”, apoiado pelo Fundo Ambiental.
Está previsto um conjunto de ações para promover e aumentar a recolha seletiva de resíduos verdes, a sua reciclagem e valorização.
Segundo a autarquia, haverá recolha própria “dos resíduos verdes provenientes das manutenções de espaços verdes, jardins, bermas e efetivo arbóreo a cargo do município”, que serão depois levados para o centro de compostagem municipal, “a localizar no complexo que inclui o horto e viveiros municipais”.
O horto, os viveiros e os jardins públicos serão depois recetores dos substratos que forem gerados.
Haverá também recolha diferenciada feita pela Entidade Gestora dos Resíduos do Planalto Beirão, quer dos resíduos provenientes de manutenções e limpezas feitas pelos residentes, quer “de flores de cemitério, a triar seletivamente pela colocação de contentores castanhos nesses locais”.
O projeto prevê ainda que, com equipamentos cedidos, os residentes façam compostagem de sobrantes próprios, “para formar e aplicar o substrato resultante em terrenos próprios”.
Com este projeto, a autarquia espera “reforçar a adesão de famílias residentes à auto compostagem, fazendo a entrega de mais cem equipamentos biocompostores à população, a acrescentar aos outros cem entregues em abril de 2022, em contexto piloto”.
Outros artigos que lhe podem interessar