Biorresíduos – se são bio, não deveriam ser resíduos

Resíduos pode ser considerado um termo ultrapassado numa economia circular, porque despreza e desvaloriza materiais com elevado potencial de valor. Por esta designação, “resíduos”, ficam logo colocados numa categoria de intocáveis, indesejáveis, desprovidos de valor e, pior ainda, como um incómodo para gerir, destruir ou depositar.

Quando falamos de biorresíduos, em particular, não há qualquer dúvida de que existe valor, quanto mais não seja a nível dos nutrientes ali contidos e que, se não podem ser consumidos por seres humanos ou animais, servirão, pelo menos, para ser de outra forma transformados em energia e/ou retornados ao solo. A Natureza encarrega-se de os “reciclar”, mais ou menos rapidamente, e com um sucesso inegável. É o mais genuíno, antigo e bem-sucedido exemplo de economia circular.

Ou seja, biorresíduos, teoricamente, não deveriam existir. Mas existem, porquê?

  1. Pela crescente mudança para estilos de vida urbanos. No “campo”, não havia biorresíduos; havia restos ou sobras que eram devidamente encaminhados para alimentação animal, sobretudo porcos e galinhas, ou para compostagem. Cada casa, rica ou pobre, tinha um terreno, e não havia biorresíduos a não ser por escassos momentos entre uma poda ou uma refeição, e o momento seguinte em que já estavam bem encaminhados para serem, de uma maneira ou outra, devolvidos à Natureza.
  2. Os biorresíduos são frequentemente misturados com resíduos de outros materiais, o que prejudica a recuperação de uns e de outros. (...)

Por Teresa Oliveira, gestora de projetos e consultora técnica na WEDOTECH; doutorada em Eng. Química; licenciada em Eng. Alimentar

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº141 jul/ago 2023, dedicada ao tema 'Biorresíduos'

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.