“A biodiversidade e a natureza estão no topo da agenda política” - Virginijus Sinkevicius

O comissário europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas Virginijus Sinkevicius discursou na Green Week – iniciativa promovida pela Comissão Europeia sobre políticas ambientais a nível europeu – que se estende até ao dia 22 de outubro com diversos eventos ‘online’.

Virginijus Sinkevicius começou o seu discurso felicitando o trabalho que tem sido feito para a preservação da biodiversidade na cidade que venceu o prémio “Capital Verde da Europa”, Lisboa. “As cidades bem planeadas, com parques e jardins interligados, não são apenas melhores locais para viver e respirar: são também paraísos para a biodiversidade, mais ricos em vida selvagem do que muitos pensariam”.

Apesar da pandemia ter trazido “desafios sem precedentes”, o comissário disse que o surto “salientou a importância da relação entre as pessoas e a natureza”, mostrando apenas “um dos muitos perigos da perda de biodiversidade”.

“Quando perdemos a nossa natureza, estamos a prejudicar a rede vital de que dependemos e aumentamos efetivamente o risco de as doenças passarem da vida selvagem para as pessoas”.

Para Virginijus Sinkevicius, chegou o momento de “remendar os buracos na rede” de segurança, que é a natureza.

Embora os cientistas e os grupos de defesa tenham vindo a repetir estas mensagens há muitos anos, Virginijus Sinkevicius reconhece que raramente foram tidas em conta. No entanto, declarou que a “biodiversidade e a natureza estão no topo da agenda política da União Europeia (UE)”.

A prova disso é a “nova estratégia para a biodiversidade” que aborda todos os fatores determinantes da “perda de biodiversidade, da utilização insustentável da terra e do mar até à sobre-exploração dos recursos naturais, à poluição e às espécies exóticas invasoras”.

O comissário avaliou tal estratégia como um “elemento importante do plano de recuperação da EU”, com um papel no reforço da resiliência e na prevenção de futuros surtos, bem como uma “fonte de oportunidades imediatas de negócio e investimento para ajudar a restabelecer a economia”. 

E porque uma estratégia teórica não serve para nada, o responsável reiterou a necessidade de serem produzidas alterações de que o planeta necessita: “A implementação tem de ser feita no mundo real, a nível local”.

É por isso que a estratégia apela a todas as cidades com mais de 20 mil habitantes para que elaborem “planos ambiciosos de ecologização urbana” até ao final de 2021, considerando ser uma “oportunidade para Lisboa” e para as outras capitais verdes.

O comissário reconheceu que já há grandes progressos nesse sentido. “Temos de demonstrar que a transição para cidades mais sustentáveis e mais verdes pode criar zonas urbanas mais saudáveis, em benefício do planeta, dos nossos cidadãos e da economia”.

Segundo Virginijus Sinkevicius, a Comissão Europeia está a apoiar todas as transições urbanas de todas as formas possíveis.

“O nosso objetivo é dar orientações e apoio e garantir a disponibilidade de financiamento para promover a mudança”, concluiu.

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