Apresentadas soluções para proteger produções agrícolas da região Oeste
Fotografia: Instituto Politécnico de Leiria
Os estudantes do mestrado em Biotecnologia dos Recursos Marinhos da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche (ESTM) do Instituto Politécnico de Leiria apresentaram três projetos inovadores para o desenvolvimento de produtos e serviços que solucionem problemas agroindustriais agravados pelas alterações globais, tendo por base a utilização de organismos marinhos.
Os projetos foram desenvolvidos no âmbito da terceira edição da Blue & Green Academy, que foram apresentados a 4 de junho.
Apoiados por mentores da indústria e da academia, bem como por investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-IPLeiria), os estudantes desenvolveram e exploraram soluções de origem marinha para o setor agrícola.
Um dos projetos apresentados pelos estudantes confirmou o potencial das microalgas como bioestimulantes de plantas com propriedades antifúngicas, ao passo que outro grupo apresentou um produto que permite a libertação prolongada de um extrato de macroalgas, eficaz contra microorganismos patogénicos. Já no terceiro projeto foi desenvolvido um revestimento para sementes, destinado a promover a saúde e a produtividade das plantas.
Ao longo de dois meses, os estudantes tiveram a oportunidade de interagir com a indústria e a academia em sessões concebidas para aumentar a sua compreensão dos problemas enfrentados por diferentes tipos de produção agrícola. Durante este período, os estudantes tiveram também a possibilidade de testar algumas das soluções em pequena escala, podendo agora aprofundar os resultados obtidos.
Promovida pela ESTM, a Blue & Green Academy tem contado com a colaboração de diversas instituições nacionais e internacionais e parceiros da indústria, com o objetivo de responder a desafios sociais emergentes.
A Blue & Green Academy foi integrada este ano no projeto ‘OCEANFIRE – Apagar o fogo bacteriano com o mar’. Liderado pela investigadora Carina Félix, do Politécnico de Leiria, o consórcio do projeto inclui a empresa CAMPOTEC IN, a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Financiado pela Fundação Amélia de Mello, que distinguiu o OCEANFIRE com o prémio de empreendedorismo em 2023, o projeto visa explorar resultados laboratoriais promissores no uso de uma alga marinha como potencial solução para combater o fogo bacteriano. Esta doença, causada por uma bactéria, ameaça dizimar os pomares de pera da região Oeste nos próximos anos.
“A produção agrícola global está a enfrentar uma série de desafios, desde o abandono da atividade até às mudanças climáticas. Estas últimas têm resultado numa escassez global de água, um aumento da incidência de pragas e uma diminuição da produtividade das culturas”, disse Délio Raimundo, da CAMPOTEC IN – Conservação e Transformação de Hortofrutícolas.
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