A aplicação dos métodos de alta resolução no estudo de áreas contaminadas

O estudo de áreas contaminadas é uma tarefa complexa e dispendiosa, que deve ser convenientemente planeada. É, geralmente, implementada por fases, que permitem conhecer as condições existentes num determinado sítio/área, partindo do geral para o pormenor. Os terrenos destas áreas apresentam características muito diversificadas (litológica e estratigraficamente), podendo corresponder a solos, a rochas alteradas ou a rochas fraturadas. Em quaisquer das situações, as heterogeneidades (horizontal ou verticalmente distribuídas) são uma realidade e são estas que constituem os caminhos preferenciais por onde se propaga a contaminação.

As abordagens convencionais de investigação de contaminação compreendem a realização de sondagens, distribuídas de forma planeada, com recolha de amostras (sólidas ou líquidas - água), resultando numa informação discreta, quer no plano da superfície da área a ser avaliada, ou mesmo no eixo de cada sondagem realizada, que pode constituir um poço de monitorização para recolhas futuras. Cada amostra poderá ser enviada para laboratório, e os resultados obtidos serão disponibilizados e a sua interpretação realizada muito depois de toda a equipa ter abandonado a área. Desta forma, pode levar meses ou mesmo anos para a construção de um modelo das condições locais, que dificilmente tem a precisão e é suficientemente robusto para se designar como modelo conceptual do sítio (MSC).

O MCS corresponde à representação esquemática das condições de um sítio/área, que incorpora toda a informação obtida, sendo entendido como uma das ferramentas mais importantes utilizada na tomada de decisão. A elaboração do MCS é evolutiva, sendo atualizado à medida que se dispõe de nova informação. A representação desta realidade interpretada possibilita um planeamento dinâmico e a escolha das melhores práticas de gestão de sítios contaminados (adaptado de USEPA, 2011). A contínua construção do MCS ocorre durante todas as fases: investigação, remediação e monitorização ambiental, e deve conter todas as características pertinentes do meio físico (geologia e hidrogeologia), assim como a identificação e concentração do(s) contaminante(s) (ASTM, 2014).

Com o objetivo de rastrear as condições heterogéneas dos solos abaixo da superfície (USEPA, 2017), foram desenvolvidas metodologias que utilizam tecnologias, com equipamentos de deteção direta e softwares de representação de dados de campo, frequentemente associadas a laboratórios on site, que possibilitam a aquisição de muita informação em tempo real, precisa e exata: Investigação de Alta Resolução (HRSC – High Resolution Site Characterization) (USEPA, 2016). (...)

Celeste JorgeLaboratório Nacional de Engenharia Civil, Cesar Malta-OliveiraEngenheiro Hídrico, Finkler Ambiental, e Mateus EvaldEngenheiro Geólogo, Finkler Ambiental

Artigo completo na Indútria e Ambiente nº124 set/out 2020

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