Riscos climáticos e saúde humana: preocupações e desafios

Fotografia: Ryoji Iwata_Unsplash

O impacto dos riscos climáticos para a saúde humana é cada vez mais preocupante, sobretudo tendo em conta o agravamento do problema das alterações climáticas que os cientistas do Climate Analytics já consideram: “uma bomba-relógio civilizacional”, caso não consigamos reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

Neste sentido, o estudo ‘Riscos Climáticos e Saúde dos Portugueses: um Alerta Necessário’, promovido pela Médis/AGEAS e que envolveu cientistas de várias áreas, foi particularmente oportuno e veio identificar cinco grandes problemas que já afectam - e irão afectar cada vez mais - a sociedade portuguesa. A começar pelo fenómeno das ‘temperaturas extremas’, sobretudo de calor, mas também de frio e dos seus impactos directos na saúde: acima de tudo no sistema cardiovascular, na falência de órgãos e em problemas respiratórios, com consequências fatais nos níveis de mortalidade (só no verão de 2022 morreram 61 mil pessoas na Europa e 2.200 em Portugal) e veremos o que resultará do balanço deste inverno.

O fenómeno das temperaturas extremas assume, aliás, especial gravidade no país devido à impreparação e ineficácia do nosso parque habitacional face às ondas de calor e de frio cada vez mais frequentes. Segundo dados recentes do Eurostat, Portugal é o 4º país no contexto europeu que mais sofre de pobreza energética devido sobretudo à articulação de três factores: rendimentos baixos, preços da electricidade e, acima de tudo, o já referido péssimo desempenho energético do parque edificado aliado a um desordenamento territorial que tudo agrava, tornando-se assim muito difícil aquecer as casas no inverno e arrefecê-las no verão. (...)

Por Luísa Schmidt, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº144 jan/fev 2024, dedicada ao tema 'A COP e as alterações climáticas'

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