COP28 – Saber rentabilizar os curtos ganhos

Fotografia: Nik Shuliahin_Unsplash

Não é tarefa fácil escrever sobre alterações climáticas. Qualquer cidadão atento tem hoje, diariamente, uma chamada de atenção para as consequências cada vez mais dramáticas do aquecimento global. O ano de 2023 foi mais quente desde que há registos - as temperaturas médias globais tiveram um aumento de 1,35 graus Celsius em relação a 1850.

Ainda não chegámos a uma das marcas traçadas como limite no Acordo de Paris, o aumento de 1,5 graus Celsius em relação à era pré-industrial, sendo que esta barreira só se considerará atingida quando ao longo de vários anos estivermos com um aumento persistente dessa magnitude. Mas estamos muito perto. A emergência climática é inequívoca e infelizmente direcionamos recursos humanos, económicos e políticos para conflitos avassaladores para as populações quando o planeta segue uma trajetória dramática.

O relatório mais recente do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) apresentado em novembro de 2023 mostra que a trajetória de emissões até 2030 continua desalinhada: as atuais contribuições nacionalmente determinadas (NDC) incondicionais implicam um excesso de 14 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono equivalente (CO2e) para o objetivo de 2° C ser cumprido e de 22 GtCO2e para o objetivo de 1,5 °C. Os NDC condicionais reduzem estas estimativas em apenas 3 GtCO2e.

Estas trajetórias resultam num aumento de temperatura média global de 2,5-2,9 °C. No cenário mais otimista, em que todos os compromissos condicionais, incondicionais e os compromissos de emissões líquidas nulas são cumpridos – o que é altamente incerto –, o aquecimento global deverá corresponder a 2°C. São necessárias medidas de mitigação imediatas, aceleradas e implacáveis para conseguir os profundos cortes anuais nas emissões que são necessários até 2030 para reduzir o excesso de emissões, sendo necessários cortes anuais sem paralelo. (...)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº144 jan/fev 2024, dedicada ao tema 'A COP e as alterações climáticas'

Francisco Ferreira

Presidente da ZERO

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