Uso do solo e erosão

  • 29 fevereiro 2024, quinta-feira
  • Solos

Fotografia: D.R.

A população da Terra atingiu, recentemente, 8 mil milhões, acentuando-se o seu impacte no meio natural sob as mais diversas formas. Um dos pilares do desenvolvimento sustentável é a proteção do solo, nos seus mais variados aspetos, mas a pressão demográfica sobre ele é muito significativa, refletindo-se nesta coluna, sucintamente, nos efeitos das práticas agrícolas e na alteração do coberto vegetal associadas ao desenvolvimento na erosão do solo.

Um dos principais impactes na erodibilidade do solo resulta da alteração no tipo de culturas ou da remoção de florestas para a produção agrícola. A retirada da vegetação natural expõe o solo à erosão causada pelo impacto direto das gotas de chuva e pelo escoamento superficial (arregueiramento, ravinamento e abarrancamento), contribuindo para a perda da matéria orgânica, para cuja formação a vegetação natural contribuiu, em particular em zonas de floresta, impactando a estrutura e a estabilidade do solo. Atividades que envolvem a desmatação e a remoção do coberto vegetal natural, e em particular os incêndios florestais, aumentam a exposição do solo à erosão, especialmente em áreas declivosas. Adicionalmente, a remoção da vegetação natural pode resultar na perda de biodiversidade no solo, bem como a adoção de monoculturas. Acresce que a introdução de novas culturas envolve, frequentemente, o tráfego de máquinas pesadas, que compactam o solo, reduzindo a sua porosidade e aumentando a suscetibilidade à erosão.

A influência do modo de lavra do solo na erosão é um tópico importante no estudo da conservação do solo e na gestão sustentável dos recursos naturais. Os métodos convencionais de lavra, que incluem o lavrar intensivo e práticas de cultivo que expõem o solo, tendem a aumentar a suscetibilidade à erosão. Infelizmente, observa-se frequentemente no nosso país o surgimento de novos vinhedos ou olivais em terras que são lavradas segundo o declive natural do terreno, prática que resulta na mudança significativa dos padrões de escoamento superficial, promovendo o aumento da sua velocidade e, portanto, a erosão do solo. (...)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº144 jan/fev 2024

Paula F. da Silva

Professora Auxiliar e Investigadora do GeoBioTec

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