Investimentos na UE a 50% do necessário para atingir objetivos climáticos em 2030

Fotografia: micheile henderson_Unsplash

Os atuais investimentos públicos e privados na União Europeia em 22 setores fundamentais para combater as alterações climáticas representam 50 por cento do necessário para alcançar as metas definidas para 2030, concluiu o Instituto para a Economia Climática (I4CE).

“É essencial duplicar aqueles investimentos para proporcionar os benefícios económicos, geopolíticos e climáticos da política da UE” (União Europeia), aponta o relatório divulgado pela organização sem fins lucrativos com sede em Paris, França, que acompanha os investimentos públicos e privados dos 27 Estados-membros realizados em 22 setores fundamentais para a transformação dos sistemas de energia, construção e transporte.

Segundo a entidade, para alcançar as metas da UE para 2030 são necessários pelo menos 813 mil milhões de euros, ou 5,1 por cento, do Produto Interno Bruto da UE, entre recursos públicos e investimento privado, de 2024 a 2030, apenas naqueles 22 setores.

“A resolução do défice de investimento climático da UE exige uma abordagem abrangente que envolve regulamentações existentes e futuras, sistemas de taxação de carbono e de finanças públicas”, apontou o I4CE.

A entidade considerou ainda provável que seja necessário financiamento adicional da UE para reduzir o défice de investimento climático, especialmente em setores que são transeuropeus por natureza.

“Os decisores políticos da UE precisam urgentemente de avaliar e abordar melhor o défice de investimento climático da UE, ou corre-se o risco de ver o Pacto Ecológico falhar o cumprimento dos seus objetivos económicos, sociais e ambientais”, acrescentou.

Analisando todos os 22 setores abrangidos por este relatório, a investigação salientou que em apenas dois setores – energia hidroeléctrica e armazenamento de baterias – os investimentos climáticos em 2022 foram superiores às necessidades anuais de investimento para esses dois setores. Encontram-se, portanto, numa situação de excedente de investimento climático.

Todos os outros 20 sectores sofrem de um défice de investimento climático, de proporções variadas. Por exemplo, os investimentos em energia eólica em 2022 representam apenas 17 por cento do total das necessidades anuais de investimento. Por outro lado, os investimentos em painéis solares já representam 78 por cento do total das necessidades anuais de investimento.

“Em termos absolutos, o défice de investimento climático em alguns setores críticos seria relativamente fácil de colmatar. Por exemplo, colmatar o défice de investimento climático em pontos de carregamento para veículos elétricos exigiria investimentos públicos e privados adicionais de apenas quatro mil milhões de euros por ano”, concluiu o I4CE no mesmo relatório.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.