Veículos elétricos injetaram energia na rede elétrica dos Açores

  • 16 fevereiro 2022, quarta-feira
  • Energia

Um consórcio desenvolveu um projeto em que dez veículos elétricos injetaram cerca de cem megawatt/hora (MWh) de eletricidade na rede pública da ilha de São Miguel, em horas em que a energia é mais cara, revelou a Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA).

Segundo uma nota de imprensa da EDA, com recurso à tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G), o projeto permitiu que dez veículos elétricos injetassem cerca de cem MWh de eletricidade na rede durante as horas em que a energia é mais cara, na ilha de São Miguel.

A iniciativa envolveu dez entidades durante as 90 semanas, permitindo “testar uma tecnologia inovadora e que pode revolucionar a forma como pensamos a mobilidade e a descentralização de fluxos de energia”.

A energia gerada foi suficiente para alimentar diariamente 32 residências açorianas, sendo que desta forma, com recurso à tecnologia V2G, os veículos elétricos “deixam de ser apenas consumidores de eletricidade e podem também fornecer energia à rede elétrica quando estão estacionados”.

De acordo com a EDA, esta nova tecnologia potencia a viatura elétrica nos períodos que está estacionada (90 por cento do tempo), permitindo que um carro elétrico carregue a sua bateria quando o preço da energia elétrica é mais barato e que descarregue a energia dessa mesma bateria para a rede elétrica ou para autoconsumo quando o preço da energia é mais caro.

O projeto foi desenvolvido por um consórcio liderado pela Galp, em parceria com a EDA e a Nissan, tendo tido início em março de 2020 nas instalações da elétrica açoriana na ilha de São Miguel, referiu a EDA.

Foi utilizada uma frota de dez veículos elétricos da EDA que, somando 43 mil horas de operação da tecnologia V2G, permitiu a injeção de cerca de cem MWh na rede elétrica e evitar a emissão de 15,2 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera.

Pretende-se com este projeto também proceder a um “enquadramento legal e regulatório que permita passar de uma fase piloto da tecnologia V2G para uma fase de mercado, abrindo assim portas a novos modelos de negócio e novas abordagens para o mercado elétrico nacional”.

O projeto, por via da poupança tarifária “Behind-the-Meter”, por exemplo, identificou que “serão possíveis reduções até 50 euros mensais na fatura da eletricidade, por cada viatura”, através do carregamento em horas de super vazio, quando a eletricidade é mais barata, e fornecimento dessa energia em horas de ponta, quando a eletricidade é mais cara.

A EDA acrescentou que a transferência de consumos para períodos de super vazio visa ainda integrar mais produção renovável na rede, uma vez que na ilha de São Miguel, nos períodos noturnos, há a necessidade de fazer ‘curtailment’ de eólicas, através da redução da produção de energia eólica para se ajustar à procura de energia.

O carregamento dos veículos entre as 00h02 e as 05h00 visou utilizar essa energia, que não seria aproveitada, para recarregar as baterias dos veículos.

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