Resilientes? Só se monitorizarmos as cidades

As cidades desempenham um papel fundamental para combatermos as alterações climáticas, que, por sua vez, resultam do desequilíbrio provocado pela atividade humana no sistema climático terrestre.
É a partir dos territórios urbanos e das políticas locais que podemos fazer a diferença, pois é nas cidades que se concentram os hábitos e os comportamentos que maior impacto provocam no ambiente.
Os diagnósticos estão feitos e, apesar de ser já esgotante repetirmos os números, sabemos que as cidades representam apenas 3% do território do planeta, estimando-se existirem cerca de 4500 cidades no mundo com mais de 150 mil habitantes, que são responsáveis por 75% das emissões de gases de efeito de estufa, consomem 80% da energia produzida e representam 75% do PIB mundial. Por outro lado, sabemos bem que 55% da população (valor em crescimento) vive em espaços urbanos, com tendência para chegar aos 70% em 2050, ou seja, dois terços da população mundial (6,8 mil milhões de pessoas).
É, por isso, bem patente que é nas cidades que se concentram as maiores causas dos danos ambientais ao planeta, e é aí que devemos concentrar os maiores esforços na transição para a neutralidade climática. Mas, pela mesma ordem de razão, é também nestes territórios, densamente povoados, que existe maior potencial para a redução desses danos e consequentes impactos. (...)
Por Jorge Cristino, autor e especialista em Ambiente, Ação Climática e Desenvolvimento Sustentável
Artigo completo na Indústria e Ambiente nº136 set/out 2022, dedicada ao tema 'Cidades: resiliência às alterações climáticas'
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