Fundação cria projeto para gestão tecnológica de água e energia em Cabo Verde

A Fundação Smart City pretende implementar este ano um projeto piloto de gestão tecnológica da água e energia em Cabo Verde, esperando que as empresas sejam mais eficientes e reduzam as perdas.

Em entrevista à agência Lusa, a presidente da Fundação Smart City, Loide Monteiro, explicou que as duas empresas públicas dos setores de produção e distribuição de água e eletricidade “têm todo o interesse” neste “projeto piloto”, que vai começar a ser implementado em 2022, recorrendo à Internet e as às novas tecnologias.

“Vamos reduzir as perdas e eles vão acabar por ter ganhos com essa solução, porque vão ser mais eficientes e ter mais rendimento na venda de água e da energia”, assumiu a presidente da instituição.

Segundo a responsável, o projeto consiste na utilização das novas tecnologias, nomeadamente com um sistema tecnológico que, através da monitorização, faz a recolha de dados de tudo o que acontece nestes sistemas, em tempo real.

“Com essa monitorização, este projeto auxilia na vigilância e acompanhamento da distribuição de água na rede, por outro lado, permite-nos detetar qualquer problema do sistema e assim tomaremos as precauções prévias para evitar o desperdício de água e reduzir o seu custo”, descreveu.

“Desenvolvemos um conceito, temos que provar que esse conceito funciona. Portanto, neste momento, estamos a trabalhar cinco projetos pilotos”, acrescentou, destacando o projeto inteligente de gestão de água, em parceria com a empresa de distribuição Água de Santiago (AdS).

A Fundação Smart City é uma organização sem fins lucrativos, criada, segundo Loide Monteiro, para promover inovação nas cidades, transformando as cidades em quatro ‘S’: “Nós promovemos cidades quatro ‘S’, nomeadamente cidades 'Smart' [inteligentes], Sustentável, Seguro e com Sorriso”, apontou, definindo essas características para cidades do futuro, que terão a preocupação de utilizar novas tecnologias e inovação para levar eficiência e melhorar a qualidade de vida para as pessoas.

Neste sentido, apontou outras áreas da implementação, como projetos de edifícios inteligentes e da agricultura inteligente.

“O projeto piloto de edifícios inteligentes deve-se ao facto de 30 por cento de energias consumida nos edifícios, o que se for feito um edifício inteligente e sustentável terá um impacto enorme na cidade, na redução do consumo de energia”, explicou.

No que refere ao projeto da agricultura inteligente, salientou tratar-se de um outro desafio: “É uma luta da segurança alimentar na cidade que nós estamos a trabalhar para trazer soluções eficientes e sustentáveis na área da agricultura”, esclareceu.

Por isso, acrescentou, o país não tem que continuar a planear como fazia há 20 anos, apontando que é preciso inovar.

“Para inovar no planeamento, todas as pessoas têm que evoluir na mesma direção, designadamente a população, as instituições, bem como as câmaras municipais”, referiu.

Loide Monteiro acrescentou que recentemente a Fundação Smart City assinou um protocolo de parceria com o Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal, com o objetivo de desenvolver competências nas áreas das cidades inteligentes.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.